terça-feira, 31 de julho de 2007

Ainda sobre o vidente das pós-visões

Já que o assunto é Jucelino e suas premonições de fatos já acontecidos, não posso deixar de indicar esse post do blog Saindo da Matrix.

Credulidade sem limites

Um email recebido hoje me lembrou o quanto ainda somos crédulos. A mensagem, que infelizmente deve estar circulando nas listas de contato de muitas pessoas, alude às "previsões" que um charlatão chamado Jucelino Nobrega da Luz teria feito com relação ao recente acidente com o avião da TAM em Congonhas. Traz em anexo imagens digitalizadas de recibos postais e ARs, bem como de uma carta datilografada endereçada à TAM, a qual faz referência a uma outra carta escrita à mão que inclui supostos detalhes da tragédia.

Esse assunto foi recentemente discutido em uma lista de céticos e racionalistas que frequento. A fraude parece ser uma explicação bem mais realista (porém, menos emocionante) do que premonição extra-sobrenatural. A propósito, meus agradecimentos a Ronaldo Cordeiro e Roberto Takata pelas suas lúcidas análises, nas quais me fundamentei para escrever esse post.

Primeiro, os impressionantes detalhes na carta escrita à mão. Facilmente, ele pode escrever cartas com conteúdos genéricos ou mesmo com grandes espaços em branco, as quais têm a firma reconhecida em cartório. O mesmo pode ser feito com uma cópia autenticada, uma vez que o que autenticar não é o mesmo que validar o conteúdo. Depois do fato acontecido, basta preencher os detalhes. No caso, convém lembrar que a carta datilografada não traz nenhum carimbo de cartório, podendo tranquilamente ter sido escrita após o acidente. Como diz o Ronaldo Cordeiro, "o resultado é grosseiro, mas pelo visto convence algumas pessoas". Muitas, Ronaldo. Infelizmente, muitas pessoas preferem acreditar em premonições do que em farsa e má índole.

Às vezes, Jucelino apresenta cartas de resposta de empresas, pessoas e instituições supostamente "avisadas" por ele dos terríveis acontecimentos previstos. Para isso, basta ele escrever cartas endereçadas a essas instituições com solicitações e pedidos triviais, de modo a poder falsificar a carta de resposta (devidamente assinada por responsáveis da instituição, ou trazendo algum tipo de logomarca ou timbre que indique a "oficialidade" da correspondência). Ronaldo Cordeiro brincou com esse truque, comentando que "além de as 'respostas' costumeiramente virem desalinhadas e com fonte diferente da parte que é mantida da resposta verdadeira, elas vêm escritas no estilo do Jucelino. Quando são em 'inglês', ainda rendem umas boas risadas."

Em suma, trata-se uma farsa tosca e absurda. E o pior é o mau caratismo desse picareta, querendo aparecer às custas do sofrimento das centenas de famílias atingidas pela tragédia. Vale lembrar que esse é o mesmo aproveitador que "previu" os atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA e de 11 de março de 2004 na Espanha, bem como "localizou" Saddam Hussein para o governo dos EUA (mas nao levou a recompensa). Ele também teria tido premonições sobre os acidentes com o avião da GOL e das obras do metrô de São Paulo, em 2006.

Me entristece muito ver que esse tipo de charlatão tem a repercussão que tem no Brasil. Um povo mais esclarecido certamente não aceitaria esse tipo de coisa. Bem, um povo mais esclarecido não aceitaria muitas outras coisas. A começar pelos políticos que os representam.

domingo, 29 de julho de 2007

Leituras de Verão

Tempo de férias, tempo de leituras leves e divertidas.

Por isso, resolvi começar uma série que comprei há algum tempo, ainda no Brasil. Trata-se de Worldwar, de Harry Turtledove, composta por quatro livros: In The Balance, Tilting The Balance, Upsetting The Balance e Striking The Balance. Uma premissa promissora para quem gosta de história alternativa e Segunda Guerra Mundial: em 1942, as potências em conflito precisam lidar com uma invasão aliengígena!

Afinal, os neurônios também precisam descansar.

A propósito, Turtledove é um dos mais prolíficos autores do gênero de histórias alternativas.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

A Itália também tem praia

E que bela praia é Camogli, um pequeno burgo de pescadores incrustado nas montanhas da Liguria. Montanhas que, por sinal, parecem acabar direto na clara água azul turquesa do Mediterrâneo. A geografia e a arquitetura local se mesclam de modo que os prédios construídos sobre as escarpas dão a impressão de terem sido esculpidos a partir da rocha, pendendo sobre rochedos quase verticais. Embaixo, a pequena praia foi aumentada com os restos de pedras da abertura dos túneis ferroviários da linha Genova-La Spezia.

O mar é excelente, de temperatura agradável. Curioso é que a bem poucos passos da margem o chão rochoso se inclina bastante, provocando a arrebentação. Porém, a água não é agitada, não há repuxo, correnteza ou buracos. O chão é feito de seixos e pequenas pedrinhas, que machucam bastante os pés. E os frequentadores da praia eram, pelo menos no dia em que estivemos lá, na maioria famílias. Notamos muitas nonnas com os netos. Enfim, um ambiente ótimo para curtir o verão italiano.

As fotos, claro, no nosso álbum.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Scusa, Dante!

Tanto gentil e tanto onesto pare
l´amato mio, quand´entra e mi saluta,
ch´ogni frase divien tremante e muta
e gli occhi non s´azzardan di guardare.

Egli si va, sentendosi chiamare
benignamente dice:- L´ora è scaduta,
alzati amore,non star lì seduta!
Apri la porta , me ne devo andare!

Mostrasi sì spiacente d´andar via
che dà per gli occhi una tristezza al core
che intender non la può chi non la prova.

E par che dalle sue labbra si muova
un sentimento dolce pien d´amore
che va dicendo all´anima :- Sei mia!
Mais uma poesia da Nana.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Domingo de sol em Camogli... não, Novara

Fizemos de tudo para que a viagem à Camogli fosse perfeita. Planejamos ir e voltar de trem, saindo de Novara às 7:35h e voltando às 19h. Preparamos sanduíches, colocamos água e chá para gelar, compramos chocolate e bolachas para o lanche. Colocamos nas mochilas as toalhas, os remédios, o boné, a roupa de banho e o protetor solar. Carregamos as baterias da máquina fotográfica e do MP3 player. Não esquecemos detalhe algum!

E parece que tudo estava colaborando: a previsão do tempo para domingo indicava um dia lindo, ensolarado, com mínima de 23 e máxima de 29 graus Celsius, com brisa agradável e sem chances de chuva. Meu comentário ao verificar que estávamos saindo de casa com 30 segundos de antecedência frente ao cronograma planejado: "Incrível como, certos dias, tudo parece dar certo!"

Sim, era um desafio a Murphy!

Chegando na estação, notei que algo estava errado quando percebique não havia fila para comprar bilhetes. Afinal, as coisas não podem ser tão perfeitas. Dito e feito. O casal que estava sendo atendido na nossa frente saiu, emburrado. Assim como nós, eles também estavam devidamente equipados para a praia. Escutei, de relance, a temida palavra: sciopero, ou seja, greve. Olhei imediatamente para o painel eletrônico e confirmei meu temor ao ver as letrinhas SOP no indicador de status do nosso trem. Como a esperança não morre tão fácil, ainda tentei o atendente no balcão de bilhetes, mas foi inútil: os trens para a Liguria estão sopressi, cancelados, por causa da greve. Haveria a opção de ir via Milano, custando bem mais, demorando bem mais, e sem garantia de retorno.

Ok, Murphy, boa tentativa, mas não somos tão burros.

Comunque, não desistimos de Camogli. Talvez não em um dia tão bonito, talvez esqueçamos alguma coisa, mas que vamos passar um dia na praia, vamos!

sexta-feira, 20 de julho de 2007

O Futuro da Energia Solar - Uma Visão Menos Otimista

De uns tempos pra cá, o pai anda empolgado com a energia solar. Confesso que até hoje não tinha me dedicado a entender a problemática, simplesmente aceitava o senso comum de que energia solar é limpa, renovável, boa e, por isso, deve ser a energia do futuro.

Hoje, casualmente, me deparei com duas matérias interessantes sobre o assunto que me fizeram, se não reconsiderar, ao menos repensar minhas certezas. Abaixo, minhas considerações.

Na Califórnia, foi aprovada lei para instalar 1 milhão de "tetos solares" nos próximos 10 anos. Muito bom para o comércio dos painéis foto-voltáicos, mas será que causa algum impacto real na matriz energética americana? Além disso, será que movimentar o mercado da energia solar ajuda a alcançar os brakthrough tecnológicos necessários para que a energia solar passe de "boa idéia, bem intencionada" para uma alternativa séria aos problemas energéticos do mundo?

Essas questões são discutidas no artigo do No The New York Times, Solar Power Wins Enthusiasts but Not Money. A matéria mostra como, apesar de ser popular, a energia solar não deve decolar seriamente nos próximos anos. Hoje, a energia solar corresponde a menos de 0,01% do total da energia norte-americana. Essa situação nao deve mudar significativamente ate 2030, salvo grandes descobertas científicas. Dada a quantidade de dinheiro injetada em pesquisa de base na área (US$ 159 milhões no atual ano fiscal, pouco se comparado aos US$ 427 milhóes investidos em pesquisa de energia por queima de carvão), isso nao deve acontecer. Na melhor das hipóteses, estima-se que a parcela de energia solar no portfólio energético dos EUA será de 2% a 3% nas próximas décadas. A grande aposta em fontes renováveis parece ser mesmo o biocombustível - com forte lobby dos estados de base agrícola. Em tempo: o principal problema parece envolver as tecnollgias para armazenamento economicamente viável da energia solar.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Os Crawlers do Blogger

O Blogger me pregou uma peça. Ontem, quando fui publicar um novo post, surgiu uma mensagem dizendo que meu blog havia sido bloqueado pelos "robôs de prevenção de spam". Aparentemente, os crawlers realizam buscas periódicas nos blogs em busca de "texto irrelevante e aleatório, links circulares e outras características de blogs de spam", conforme a explicação.

Hm... Texto irrelevante e aleatório. Ok, Blogger, gostei muito da apreciação que vocês fizeram do meu blog!

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Tragédia Anunciada em Congonhas

Imagino que no Brasil haja uma overdose de notícias sobre o acidente com o vôo JJ 3054 da TAM. Mas não posso deixar de registrar meu choque e minha consternação com a maior tragédia da aviação brasileira.

Em primeiro lugar, porque Congonhas é um aeroporto familiar a muita gente no Brasil. Mesmo eu, que não costumo viajar muito, já passei por lá umas sete ou oito vezes. Ainda tenho vívida a sensação claustrofóbica em meio à folla que faz daquele o mais movimentado aeroporto do país. Morgana e Camila devem lembrar os comentários de que aquilo mais parecia uma rodoviária.

Em segundo lugar, porque o Airbus A320 acidentado partiu de Porto Alegre. Levava à bordo, como colocou o site ClicRBS, "personalidades do mundo empresarial, político e esportivo" do estado. Não consigo imaginar como está Porto Alegre agora, mas envio minhas condolências a todos os envolvidos.

Hoje batemos um triste recorde, com ao menos 200 vítimas estimadas até o momento. Números como esse, ou os 154 mortos no choque no ar entre o Gol 1907 e um jato executivo Legacy, em Setembro do ano passado, nos levam a refletir sobre tragédias, principalmente sobre aquelas anunciadas, que poderiam ser evitadas. Extrato de uma matéria do ClicRBS:

O desastre aconteceu em um aeroporto que vem tendo suas condições de segurança postas em dúvida. No ano passado, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) determinou a suspensão de operações quando houvesse acúmulo de pelo menos três milímetros de água nas pistas. Ontem, choveu forte em São Paulo. No último dia 29, uma reforma na pista foi entregue incompleta, sem as ranhuras que garantiriam o escoamento da água e a maior aderência dos pneus ao solo.
Ou seja, uma tragédia anunciada, dada a situação da infraestrutura aérea do país. Abaixo, reprodução de parte da matéria do The New York Times sobre o acidente. Resume bem, eu acho, o caos aéro pelo qual estamos passando:

Civil aviation in Brazil has been in crisis since last September, when the nation’s worst airline disaster, a collision over the Amazon between a passenger plane and a business jet, took place. Since that disaster, in which 154 people were killed, Brazil, Latin America’s most populous country, has been racked by waves of canceled flights, air controller strikes and go-slow actions, struggles between military and civilian officials for control of the government’s aviation regulatory agencies and disclosures that the national radar system is deficient.
Os milhões gastos no Pan - e, se tudo der "certo", na Copa de 2014 - mostram um país que, decididamente, não sabe quais são suas prioridades. Triste. Mais que triste, trágico. E vergonhoso.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Complimenti Nana!!!!

Parabéns pelo aniversário, mamma!

Wireless ... sim!

Finalmente temos Internet wireless em casa. Foi um parto de cinco dias. No fim das contas, trocamos o conjunto modem da Tiscali mais access point por um modem com wireless integrado. Ainda por cima saimos da loja do Seu Domenico com várias dicas de praias a visitar e vinhos a tomar! É bom fazer amizades.

No meio tempo, assistimos ao novo filme do Quarteto Fantástico. Divertido, daquela diversão do tipo "bote os neurônios de molho por duas horas e não faça perguntas". Tanto que não tenho muito o que falar sobre o filme... Continuo achando o Dr. Doom um dos mais legais personagens da Marvel, mas não pelo que mostrou nos filmes. E, sei lá, Jessica Alba não me convence atuando.

domingo, 15 de julho de 2007

Ciao Amore Ciao

Chegando na Itália, me deparei com um CD em que Tiziana Ghiglioni canta músicas do compositor italiano Luigi Tenco (o título do CD é, sem surpresas, "Tiziana Ghiglioni Canta Luigi Tenco"). Ciao Amore Ciao foi uma das músicas que mais me impactou. A letra é simples, porém envolvente e harmoniosa. A melodia, em um arranjo de jazz, lindíssima. E a voz da intérprete é fantástica.
La solita strada, bianca come il sale
il grano da crescere, i campi da arare.

Guardare ogni giorno
se piove o c'e' il sole,
per saper se domani
si vive o si muore
e un bel giorno dire basta e andare via.

Ciao amore,
ciao amore, ciao amore ciao.
Ciao amore,
ciao amore, ciao amore ciao.

Andare via lontano
a cercare un altro mondo
dire addio al cortile,
andarsene sognando.

E poi mille strade grigie come il fumo
in un mondo di luci sentirsi nessuno.

Saltare cent'anni in un giorno solo,
dai carri dei campi
agli aerei nel cielo.

E non capirci niente e aver voglia di tornare da te.

Ciao amore,
ciao amore, ciao amore ciao.
Ciao amore,
ciao amore, ciao amore ciao.

Non saper fare niente in un mondo che sa tutto
e non avere un soldo nemmeno per tornare.

Ciao amore,
ciao amore, ciao amore ciao.
Ciao amore,
ciao amore, ciao amore ciao.

sábado, 14 de julho de 2007

Maldito Access Point!

Agora que temos dois computadores, a briga aqui em casa se dá pelo acesso à Internet. Então, decidimos compartilhar a conexão através de uma LAN wireless. Como já temos um router, cortesia da Tiscali (bem, cortesia não, já que estamos pagando por ele!), pensamos que apenas um access point seria o suficiente. Compramos um da Hamlet.

E quem diz que o maledetto funciona? Já são dois dias de função em cima das configurações e nada.

Argh, tecnologia... Antes da Internet eramos felizes e não sabíamos!

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Novos Blogs

Agora a Angela também tem um blog: Pensdora Ambulante. Ela definitivamente tem mais talento para escolher títulos do que o irmão.

Beijos, maninha, e boa sorte!

Agora falta a Nana fazer um blog para publicar as poesias dela.

Além disso, adicionei mais dois novos blogs nos links recomendados. Ambos são do meu amigo Vinícius Durães, estudante brasileiro de Ingegneria Gestionale do Politécnico. Vale a pena acompanhar, especialmente o IMHO para aqueles que gostam de cinema.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Filastrocca

Sono italiana, poco borghese,
amo il risotto (son milanese)
e tutti i cibi del mio paese.

Aristocratica poco palese,
mangio busecca: non ho pretese.

Pure se nobile senza brasone,
il nonno Ettore avea ragione
e preferito ha la canzone
e l'arie d'opera, di quelle buone
che gli causavan tanta emozione.

Per chi non sa, o non ci tiene:
"Ma vá in loggione, che ti conviene!"

Or faccio versi, or faccio prosa
di poco conto, non penso tanto...
pur se pensar mi piace alquanto:
sono italiana e me ne vanto!

Ma di Piacenza sento rimpianto,
dove studiando e schettinando
lieta ignoravo l'ore passando.

Che nostalgia dei corridoi,
del polverone fatto da noi!

Lì tutti i guai più o meno grandi,
impolverati, non parean tanti.

Nel mio ginnasio e caro e amato
quante amicizie vi ho lasciato!

Tutti ricordo, non mi confondo:
numeri, posti, davanti, in fondo..
anche il mio banco, sempre il secondo.

Gli ultimi invece eran per chi,
non so a che fare stavano lì.

Mista la classe coi ragazzini
che ci mandavano i bigliettini
d'amor ingenuo come i bambini.

Piacer facea l'ammirazione.
"Girati indietro, dammi attenzione!
Quanto mi piaci! Come sei bella!
Ti porto i libri e la cartella.
Possiam parlare solo un pochino
di matematica, storia, latino..
Tu che sei brava nel compitino,
fammi copiare: m'han riprovato
perché sì tanto ti ho pensato!"

"Se non volevi esser bocciato
meglio sarebbe aver studiato.
Lasciami in pace, sloggia da me,
tanto non voglio saper di te!"

(Ma che cattiva!!!!)
E la vita trascorreva
sì giocosa mi pareva...
Meno lieto, per il vero,
era chi prendeva zero
in condotta specialmente,
cosa che, difficilmente
li lasciava preoccupati;
tanto, poi, eran bocciati!

NANA

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Outdoor Osservatori 2007

Hoje foi o Outdoor dos Osservatori. Um dia fantástico em Rossa, província de Vercelli. De manhã, atividades esportivas no fiume Sesia; eu escolhi rafting, mas houve quem preferisse hydrospeed ou canyoning. A água estava geladíssima, mas a descida foi muito emocionante e divertida.

Depois, almoço no Heidi, um aconchegante restaurante escondido nas montanhas, acessível apenas por uma trilha. Antipasti variados, incluíndo salumeria própria, queijo de cabras montanhesas e ricota com mela cotta, seguido de polenta (e quando digo polenta, me refiro à verdadeira polenta caseira piemontesa) com pepperonata, spezetini di cervo, ensopado de maiale e linguiça. De sobremesa, escolhi gelatto di crema al mirtilo caldo. Tudo regado a vinho, muito vinho. E depois, caffé, licor e grappa di mirtilo. No final, até as cabras apareceram pra dar um oi.

Nos divertimos bastante e conheci muita gente que participa das pesquisas dos Osservatori. Em suma, foi uma verdadeira atividade de integração.

Algumas poucas fotos no álbum.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

As Tecnologias da Inteligência

Terminei de ler “As Tecnologias da Inteligência”, de Pierre Lévy. Comprado na Feira do Livro do ano passado, foi um dos poucos livros em português que trouxe para a Itália. Achei que seria uma boa leitura técnica para o Ph.D. Me enganei. Não quanto a ser bom ou ruim, mas quanto a ser técnico.

De modo geral, achei que a Lévy faltou objetividade, talvez o requisito mais importante de uma obra técnica. Quando digo falta de objetividade, me refiro aos longos e, a meu ver, desnecessários devaneios filosóficos que permeiam o texto e afastam o leitor da idéia central. Não que a leitura seja ruim, pelo contrário. É até mesmo poética, em certos trechos. O que, porém, mais uma vez vai de encontro ao que estou acostumado quando penso em livros técnicos, com sua linguagem precisa e concisa. Claro, a culpa – se é que existe – é muito mais minha do que do autor, mas o fato é que houve um claro desalinhamento de expectativas da minha parte com relação a esse livro.

Porém, não foi uma perda total. A idéia central, se é que eu entendi bem, é a de que há uma relação de interdependência pervasiva entre a técnica, ou as tecnologias, e o conhecimento. Conhecimento, porém, não é o termo ideal, pois o conceito que Lévy tenta ilustrar vai além da tipologia de conhecimentos que usualmente encontramos na epistemologia. Assim, o autor refere-se a três Pólos do Espírito do Conhecimento: o pólo da oralidade primária, o pólo da escrita e, o que seria a novidade em 1992, o pólo informático-mediático.

Muitas das analogias e inferências que ele propõe são interessantes, como por exemplo a da percepção do tempo em cada um dos pólos. Neste sentido, a figura do tempo no pólo da oralidade seria um círculo, já que a função primordial das tecnologias da inteligência neste pólo é preservar o conhecimento através da repetição. No pólo da escrita, resolve-se o problema da fixação a partir de tecnologias da inteligência externas, estendendo os recursos da memória, e a figura do tempo passa a ser uma linha, representando a continuidade, a história, a acumulação. As formas canônicas do saber em cada um desses pólos, assim, refletem seus conceitos centrais: o mito, para o pólo da oralidade, e a teoria, para o pólo da escrita.

Porém, por mais interessante que seja a discussão do que seria o novo polo informático-mediático e as novas formas de saber dele advindas, muita coisa se perde por já estar tecnologicamente ultrapassada. Em 1992, ainda não havia a difusão da Internet. Para Lévy, a última palavra em tecnologias informáticas de inteligência era o hipertexto (o que levou a alguns dos devaneios filosóficos mais hardcore do livro, na minha opinião). Porém, apesar da extensão óbvia do hipertexto para a rede de computadores, me parece que Lévy não conseguiu prever o impacto que a rede teria. Obviamente é fácil criticar agora, com o benefício da perspectiva histórica a me ajudar, mas confesso que me decepcionei um pouco com esse aspecto do livro.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Tiro no pé da Microsoft: defeitos no Xbox 360

Ganha cada vez mais importância o mercado global de consoles de videogame. PlayStation 3, Xbox 360 e Wii são os mais modernos modelos oferecidos, respectivamente, por Sony, Microsoft e Nintendo. Os aparelhos representam a atual geração do que se convencionou chamar "sistemas de entretenimento". Sim, porque mais do que uma plataforma para jogos, esses novos aparelhos reproduzem Blu-Ray ou HD DVD e conectam-se à Internet para jogos multiplayer.

A mais recente notícia bombástica veio da Microsoft. A empresa anunciou ontem (quinta, 05 de julho) que terá de gastar até US$ 1,15 bilhão em consertos de Xbox 360 com problemas. Mais precisamente, o que os jogadores apelidaram de "Red Ring of Death": em alguns aparelhos, três luzes vermelhas se acendem no controle e o sistema trava.

Não foi detalhado o número de consoles que necessitariam intervenção mas, em função do valor da conta apresentada, estima-se que o problema atinge de um terço a metade dos 11,6 milhões de videogames vendidos até agora. Resta saber se, além do prejuízo direto, essa notícia afetará as vendas do Xbox 360, atualmente o sistema de entretenimento mais vendido nos EUA.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

De volta ao Brasileirão, rumo a Libertadores 2008

Enquanto escrevo, Diego Souza faz seu segundo gol contra o Juventude. Confirmando a vitória, é a terceira partida seguida em que o Grêmio pontua no Campeonato Brasileiro após a derrota na final da Libertadores. Começou a recuperação vencendo os tríplice-coroados em pleno Beira-Rio, um sonoro e incontestável 2x0. Nada como bater o Inter num Gre-Nal pra recuperar o ânimo. Aliás, fazia tempo que o Grêmio não vencia fora de casa.

Em seguida, um 0x0 com gosto de vitória que escapou entre os dedos contra nossos novos rivais paulistas, em Santos. Com vários desfalques, por pouco o Tricolor não bateu o Peixe no segundo tempo. Pouca qualidade de finalização do Everton, digamos.

Hoje, mais uma vitória em clássico local. Não mais contra o sétimo time do estado, mas contra o segundo (provocação barata, hein?). É bom comemorar um Grêmio vencedor de novo.

Forza Grêmio!!! Rumo ao topo do Brasileiro, de volta a Libertadores em 2008.

p.s.: enquanto isso, Clemer faz pênalti sobre Lenílson em São Paulo. Gol do Ceni.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Novo membro na família

Hoje compramos um segundo notebook, para a Daniela usar. Com menos disputa pelo uso do computador, espera-se que as postagens tanto deste blog quanto do Baile no Céu sejam mais freqüentes.

Nossos três leitores regozijam-se!

Ah sim, trata-se de um Acer Aspire 5612zwlmi. Bem em conta, na FNAC. Aliás, incrível a diferença de preço entre essas grandes revendas de eletrônicos como a FNAC, MediaWorld, PC City e Euronics, e as pequenas lojas tradicionais. Perde-se (e muito) na qualidade do atendimento, mas os grandes volumes comprados se traduzem em preços realmente econômicos.

É nosso segundo Acer. Que, a propósito, vem crescendo bastante em termos de market share. Lembro de ter lido uma notícia ainda em Março de que a Acer deve tomar da Lenovo o terceiro posto no ranking global de fabricantes de PCs até o final do ano. Brigas de fabricantes a parte, estamos bem contentes com nossas aquisições até agora.

domingo, 1 de julho de 2007

Sábado de sol em Lecco

Ontem fomos a Lecco. É uma pequena cidade, de menos de 50 mil habitantes, à margem do Lago de Como (que, em Lecco, é chamado de... Lago de Lecco!).

Lecco é bella, mas parece não ter muita vocação turística. Ou não soubemos encontrar as atrações, talvez. Mas o fato é que, tirando o lago e as trilhas para caminhada nas montanhas ao redor, não vimos nada de extraordinário em Lecco. Porém, parece uma cidadezinha muito agradável para se morar. Tranquila mesmo em um sábado de verão. Vejam vocês mesmos nas fotos que publicamos no nosso álbum.