domingo, 22 de junho de 2008

Domingo esportivo italiano

Grande corrida, Massa. Os italianos estão em festa, com a Ferrari nas duas primeiras posições do pódio e Trulli no terceiro posto.

Aliás, a Fórumula 1 é interpretada de maneira muito diferente aqui na Itália em comparação ao Brasil. Não sei explicar com certeza, mas o acompanhamento da imprensa parece ser mais... profissional. A transmissão televisiva é super completa: além do narrador (muito melhor que o Galvão!), o comentarista é um grande ex-piloto, Ivan Capelli, e um ex-engenheiro da Ferrari complementa com comentários técnicos.

Agora resta esperar que a Azzurra bata a Espanha hoje de noite para completar a festa tricolor. Espanha que, depois da eliminação de Portugal, é a minha favorita ao título, embora esteja torcendo, claro, pela Itália.

Calor...

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Verão e Europeu

Já acabou o ano escolar, o calor do verão está chegando, a TV entrou em regime de reprise. Clima de férias na Itália, mas ainda se trabalha. Mais ou menos como dezembro no Brasil, mas sem as festas de fim de ano para abreviar o mês.


Em meio a isso, um divertido campeonato europeu de seleções, com duas partidas por dia, às 18h e 20:30h. Assisti um bocado delas e, ao fim da primeira rodada, aponto Espanha e Portugal como favoritas. A Espanha goleou a Russia na estréia, 4 x 1, com atuação de luxo. Em Março, eu tinha visto a Espanha bater a Itália, e já me parecia uma seleção com ar de vencedora. Portugal venceu ontem sua segunda partida, um 3x1 relativamente fácil contra a República Tcheca, o segundo time mais qualificado da chave. Já são dois gols no torneio do novo fenômeno Ronaldo, o português. E eles têm Felipão no banco.

E a Itália, tadinha, apontada como favorita das favoritas, tomou 3 de uma Holanda desacreditada pela imprensa na estréia. Sexta tem jogo contra a Romênia, e se vencer vai pra decisão contra a França na terceira rodada. Não levo muita fé. Mas, também, não levava muita fé na Itália em 2006 e vimos o que ela fez...

terça-feira, 3 de junho de 2008

Imigração clandestina na Itália

Enquanto escrevo, escuto um debate no excelente programa Ballarò (como sempre, na RAI3). Se debate, evidentemente, sobre imigração. Em especial, modos para conter a imigração. Um desenho de lei sobre segurança foi encaminhado ao parlamento hoje por parte do novo Ministro dell'Interno, um leguista. O foco, claro, são os imigrantes, associados, na percepção geral, à insegurança.

Em um ponto todos parecem concordar, independentemente das suas convicções ideológicas: o imigrante que comete um crime deve ser punido. Bom, pra isso nem precisava debater, eu acho.

A partir daí, tudo fica complicado. Os leguistas são conhecidos por pregar, há mais de uma década, que a Itália deve ser dos italianos. Mais do que isso, eles defendem um territorialismo quase separatista ao Norte, venerando a antiga - quase mítica - Padania. Vale lembrar que a Lega Nord, apesar dos excessos, foi o partido que mais cresceu nas últimas eleições, contrariando expectativas e prognósticos de todos os analistas políticos. É, hoje, o fator decisivo na maggioranza de Berlusconi. E, por isso, foi bem recompensada, com 4 ministérios.

Por falar em Berlusconi, nem ele se entende com o seu governo sobre o tal projeto de lei. Segundo Roberto Maroni, o Ministro dell'Interno, a imigração ilegal deve ser um crime - e punida como tal. E foi isso o que acabou no projeto de lei que o Conselho dos Ministros aprovou recentemente para avaliação dos deputados e senadores.

Aparentemente. Berlusconi, porém, declarou hoje que não deve ser bem assim. Na opinião pessoal dele, imigração ilegal deve ser não um crime, mas um agravante.

Porque esse passo atrás do psiconano*? Bem, talvez porque a ONU não gostou muito da abordagem italiana. Nem a Anistia Internacional. Nem o Vaticano. Nem o presidente Georgio Napoletano (lembrando que, na Itália, o Presidente é uma figura decorativa para
cerimônias oficiais, mais ou menos como a Rainha da Inglaterra... mas aqui eles de fato escutam - e respeitam - o que a mobília tem a dizer). E muito menos a oposição, tanto de centro quanto de esquerda.

Ou seja, parece que ele não quer gerar muita agitação interna. Mais, parece que Berlusca vai tentar, nesse terceiro (ou quarto?) governo, ser mais "democrático". E aceitar a posição da esquerda nessa questão, afinal de contas, não é tão impopular, certo? É um gênio político, esse Berlusconi!

Resta saber se Bossi e seus leguistas pensam da mesma maneira...