segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Resumo do verão - Summer School em Leuven e férias na Bélgica

Acabou o verão, acabaram as férias. Mas o blog, apesar da longa ausência, *não* acabou!

O saldo do verão contabiliza duas Summer Schools, uma em Leuven (Bélgica) e outra em Bressanone, no Alto Adige. Ambas sobre o assunto quente de pesquisa: Inovação e suas várias facetas.

Leuven é uma tradicional cidade universítária da região flamenca belga, próxima a Bruxelas. Tem cerca de 90.000 habitantes (pouco menos de Novara), cerca de 10% dos quais são estrangeiros, a imensa maioria inscrita na Katholieke Universiteit Leuven, a Universidade local - um dos pilares econômicos da cidade desde sua fundação, no século XV. A Summer School em Leuven foi ótima. Por ser eminentemente internacional, praticamente nenhum dos 25 participantes se conhecia a priori. Por isso, a integração social foi realmente excelente. Posso dizer que fiz diversas amizades por lá.

Abaixo, eu e Mr. Peter Dorrington, pai do Ayden e pesquisador na Cardiff Business School, brindando com uma deliciosa Leffe Brune. Não sou um grande fã de cerveja, mas estando na Bélgica não se pode ir contra a corrente.


Aqui, sou eu com meu amigo/guia/beer-consultor belga Sven De Cleyn e Mariangela, uma simpática italiana da Puglia (no fim das contas, acho que é verdade o senso comum de que os italianos do Sul tendem a ser mais simpáticos e abertos do que os do Norte!).


Não podia faltar a foto no bar. Uma mesa multi-cultural e multi-étnica: Eslováquia, Ucrânia, Paquistão, Alemanha, Rússia, China, Brasil, Inglaterra, Finlândia e Itália!


Depois da Summer School, Daniela e eu nos aventuramos pela Bélgica. Visitamos Dinant (valeu pela dica, Amaral!!!), Namur, Bruxelas, Antuérpia e Bruges (com direito a vídeo da praça central).

Amanhã escrevo sobre Bressanone.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Férias

Bem, férias são férias. Ou seja, época de descansar. E isso geralmente implica em não fazer muita coisa. No meu caso, nada.

Nem atualizar o blog.

Mas apesar dessa aparente marasmo, tem sido uma época bem proveitosa e agitada. No final de Julho, recebemos o Sr. Saramago e a Istefi. Foram dias muito agradáveis, uma convivência familiar que trouxe recordações afetuosas e acordou a nostalgia. Acompanhando a Istefi, finalmente Daniela e eu voltamos a Veneza, com direito a passeio de gôndola, visita ao Palazzo Ducale e à Torre do Relógio. Na ida, conhecemos a bela Verona de Romeo e Giulietta. Na volta, conhecemos a bela Padova de Sant'Antonnio.

Nessa semana de ferragosto, o marasmo se intensificou. E a danada da TV foi estragar justamente agora, quando estão todos de férias. Mas já a partir da semana que vem as coisas devem se agitar um pouco. Dia 21 parto para Bruxelas, para uma Summer School de 10 dias. Depois, um pouco de turismo na Bélgica antes do retorno à normalidade.

E por falar em normalidade, não poderia faltar um rápido comentário sobre o futebol brasileiro. O Grêmio de refugos parece ter engrenado. Resta a torcida para o segundo turno.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Overdose de Lagos

Semana corrida, essa que passou.

Na quinta, dia 17, aniversário da Nana no Brasil. Por aqui, teve o Outdoor estivo dos Osservatori. Fomos a Cassone, em Malcesine, um paesino na margem oriental do Lago di Garda, o maior dos lagos alpinos italianos. Nublado e ventoso, o dia não estava bom para banho, mas para o que fomos fazer estava perfeito: velejar. Fiquei tonto! Sabem como é a terminologia náutica? Pois bem, imaginem tudo aquilo em outra língua! Fui bombardeado com cerca de 80 a 100 novas palavras, palavras essas beeem diferentes do que estou acostumado. Afinal, na vela, tudo tem um nome diferente. Por exemplo, a bordo uma corda não é simplesmente uma corda. Cada corda tem um nome de acordo com sua função: um nome para cordas que erguem coisas, outro nome para cordas que puxam coisas, outro nome para cordas que amarram coisas, e por aí vai... Consegui fixar pouca coisa. Cazza la randa e cazza il fiocco, foi o que mais ouvi, mas em algum lugar da minha mente ficaram os termos orzare e poggiare. No fim do dia, minhas mãos ficaram destruídas de tanto içar velas.

Na sexta, a convite de nosso amigo marroquino Nabil, fomos conhecer outro lago: o Lago d'Orta. A viagem de trem é bem curta, e o cenário magnífico. O Nabil mora em Orta desde 2000, e foi um excelente guia. A casa dele fica bem na beira do lago, uma vista fantástica da sacada. E de noite, o Maestro Paolo se juntou a nós para uma janta.

No sábado, recebemos a Tal e o Alberto, juntamente com os "agregados" Gianni, Stefano e Mela, para uma janta aqui em casa. Muito agradável, tanto a comida - interminável -, quanto o vinho e a diversão do convívio com os amigos.

Pra terminar, um típico domingo de descanso, que depois de tantos programas, ninguém é de ferro!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Sobre o que não falei nos últimos tempos

Pois é, faz tempo que não atualizo o blog. Não é preguiça, nem falta de tempo. É bloqueio mesmo. Não saber o que escrever, o que dizer. O que a primeira vista soa estranho, porque tem tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Talvez seja porque mesmo essas novidades não parecem mais novidades, imersas na relativa rotina que estabelecemos na nossa vida italiana.

Não escrevi nada sobre a visita, em fins de Maio, ao monastério onde está exposta a Última Ceia, de Leonardo, um dos ícones da arte de todos os tempos. Não falei do mar azul e calmo de Portofino e Santa Margherita Ligure, domingo passado. Não falei da ruptura brusca entre Berlusconi e oposição sobre as leis de segurança que a Lega Nord está aprovando à força de maioria. Leis essas que, no melhor estilo "política para fins pessoais", entre outras coisas bloqueia os processos já em andamento contra o Presidente do Conselho e lhe torna imune a novos processos.

Não falei sobre Terra Nostra dublada, a novela da Globo que a Rai3 está passando nessas tardes modorrentas de verão. Não relatei a indignação dos italianos com os preços absurdos do iPhone 3G, que começa a ser vendido hoje por aqui através de TIM e Vodafone. Não mencionei que a pesquisa do doutorado ganhou força nas últimas semanas, e que me inscrevi em duas Summer Schools, a acontecerem em Agosto e Setembro.

Não falei de nada disso, mas tudo isso aconteceu. Ou seja, a vida por aqui não para, mesmo que o blog indique o contrário.

domingo, 22 de junho de 2008

Domingo esportivo italiano

Grande corrida, Massa. Os italianos estão em festa, com a Ferrari nas duas primeiras posições do pódio e Trulli no terceiro posto.

Aliás, a Fórumula 1 é interpretada de maneira muito diferente aqui na Itália em comparação ao Brasil. Não sei explicar com certeza, mas o acompanhamento da imprensa parece ser mais... profissional. A transmissão televisiva é super completa: além do narrador (muito melhor que o Galvão!), o comentarista é um grande ex-piloto, Ivan Capelli, e um ex-engenheiro da Ferrari complementa com comentários técnicos.

Agora resta esperar que a Azzurra bata a Espanha hoje de noite para completar a festa tricolor. Espanha que, depois da eliminação de Portugal, é a minha favorita ao título, embora esteja torcendo, claro, pela Itália.

Calor...

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Verão e Europeu

Já acabou o ano escolar, o calor do verão está chegando, a TV entrou em regime de reprise. Clima de férias na Itália, mas ainda se trabalha. Mais ou menos como dezembro no Brasil, mas sem as festas de fim de ano para abreviar o mês.


Em meio a isso, um divertido campeonato europeu de seleções, com duas partidas por dia, às 18h e 20:30h. Assisti um bocado delas e, ao fim da primeira rodada, aponto Espanha e Portugal como favoritas. A Espanha goleou a Russia na estréia, 4 x 1, com atuação de luxo. Em Março, eu tinha visto a Espanha bater a Itália, e já me parecia uma seleção com ar de vencedora. Portugal venceu ontem sua segunda partida, um 3x1 relativamente fácil contra a República Tcheca, o segundo time mais qualificado da chave. Já são dois gols no torneio do novo fenômeno Ronaldo, o português. E eles têm Felipão no banco.

E a Itália, tadinha, apontada como favorita das favoritas, tomou 3 de uma Holanda desacreditada pela imprensa na estréia. Sexta tem jogo contra a Romênia, e se vencer vai pra decisão contra a França na terceira rodada. Não levo muita fé. Mas, também, não levava muita fé na Itália em 2006 e vimos o que ela fez...

terça-feira, 3 de junho de 2008

Imigração clandestina na Itália

Enquanto escrevo, escuto um debate no excelente programa Ballarò (como sempre, na RAI3). Se debate, evidentemente, sobre imigração. Em especial, modos para conter a imigração. Um desenho de lei sobre segurança foi encaminhado ao parlamento hoje por parte do novo Ministro dell'Interno, um leguista. O foco, claro, são os imigrantes, associados, na percepção geral, à insegurança.

Em um ponto todos parecem concordar, independentemente das suas convicções ideológicas: o imigrante que comete um crime deve ser punido. Bom, pra isso nem precisava debater, eu acho.

A partir daí, tudo fica complicado. Os leguistas são conhecidos por pregar, há mais de uma década, que a Itália deve ser dos italianos. Mais do que isso, eles defendem um territorialismo quase separatista ao Norte, venerando a antiga - quase mítica - Padania. Vale lembrar que a Lega Nord, apesar dos excessos, foi o partido que mais cresceu nas últimas eleições, contrariando expectativas e prognósticos de todos os analistas políticos. É, hoje, o fator decisivo na maggioranza de Berlusconi. E, por isso, foi bem recompensada, com 4 ministérios.

Por falar em Berlusconi, nem ele se entende com o seu governo sobre o tal projeto de lei. Segundo Roberto Maroni, o Ministro dell'Interno, a imigração ilegal deve ser um crime - e punida como tal. E foi isso o que acabou no projeto de lei que o Conselho dos Ministros aprovou recentemente para avaliação dos deputados e senadores.

Aparentemente. Berlusconi, porém, declarou hoje que não deve ser bem assim. Na opinião pessoal dele, imigração ilegal deve ser não um crime, mas um agravante.

Porque esse passo atrás do psiconano*? Bem, talvez porque a ONU não gostou muito da abordagem italiana. Nem a Anistia Internacional. Nem o Vaticano. Nem o presidente Georgio Napoletano (lembrando que, na Itália, o Presidente é uma figura decorativa para
cerimônias oficiais, mais ou menos como a Rainha da Inglaterra... mas aqui eles de fato escutam - e respeitam - o que a mobília tem a dizer). E muito menos a oposição, tanto de centro quanto de esquerda.

Ou seja, parece que ele não quer gerar muita agitação interna. Mais, parece que Berlusca vai tentar, nesse terceiro (ou quarto?) governo, ser mais "democrático". E aceitar a posição da esquerda nessa questão, afinal de contas, não é tão impopular, certo? É um gênio político, esse Berlusconi!

Resta saber se Bossi e seus leguistas pensam da mesma maneira...