segunda-feira, 21 de julho de 2008

Overdose de Lagos

Semana corrida, essa que passou.

Na quinta, dia 17, aniversário da Nana no Brasil. Por aqui, teve o Outdoor estivo dos Osservatori. Fomos a Cassone, em Malcesine, um paesino na margem oriental do Lago di Garda, o maior dos lagos alpinos italianos. Nublado e ventoso, o dia não estava bom para banho, mas para o que fomos fazer estava perfeito: velejar. Fiquei tonto! Sabem como é a terminologia náutica? Pois bem, imaginem tudo aquilo em outra língua! Fui bombardeado com cerca de 80 a 100 novas palavras, palavras essas beeem diferentes do que estou acostumado. Afinal, na vela, tudo tem um nome diferente. Por exemplo, a bordo uma corda não é simplesmente uma corda. Cada corda tem um nome de acordo com sua função: um nome para cordas que erguem coisas, outro nome para cordas que puxam coisas, outro nome para cordas que amarram coisas, e por aí vai... Consegui fixar pouca coisa. Cazza la randa e cazza il fiocco, foi o que mais ouvi, mas em algum lugar da minha mente ficaram os termos orzare e poggiare. No fim do dia, minhas mãos ficaram destruídas de tanto içar velas.

Na sexta, a convite de nosso amigo marroquino Nabil, fomos conhecer outro lago: o Lago d'Orta. A viagem de trem é bem curta, e o cenário magnífico. O Nabil mora em Orta desde 2000, e foi um excelente guia. A casa dele fica bem na beira do lago, uma vista fantástica da sacada. E de noite, o Maestro Paolo se juntou a nós para uma janta.

No sábado, recebemos a Tal e o Alberto, juntamente com os "agregados" Gianni, Stefano e Mela, para uma janta aqui em casa. Muito agradável, tanto a comida - interminável -, quanto o vinho e a diversão do convívio com os amigos.

Pra terminar, um típico domingo de descanso, que depois de tantos programas, ninguém é de ferro!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Sobre o que não falei nos últimos tempos

Pois é, faz tempo que não atualizo o blog. Não é preguiça, nem falta de tempo. É bloqueio mesmo. Não saber o que escrever, o que dizer. O que a primeira vista soa estranho, porque tem tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Talvez seja porque mesmo essas novidades não parecem mais novidades, imersas na relativa rotina que estabelecemos na nossa vida italiana.

Não escrevi nada sobre a visita, em fins de Maio, ao monastério onde está exposta a Última Ceia, de Leonardo, um dos ícones da arte de todos os tempos. Não falei do mar azul e calmo de Portofino e Santa Margherita Ligure, domingo passado. Não falei da ruptura brusca entre Berlusconi e oposição sobre as leis de segurança que a Lega Nord está aprovando à força de maioria. Leis essas que, no melhor estilo "política para fins pessoais", entre outras coisas bloqueia os processos já em andamento contra o Presidente do Conselho e lhe torna imune a novos processos.

Não falei sobre Terra Nostra dublada, a novela da Globo que a Rai3 está passando nessas tardes modorrentas de verão. Não relatei a indignação dos italianos com os preços absurdos do iPhone 3G, que começa a ser vendido hoje por aqui através de TIM e Vodafone. Não mencionei que a pesquisa do doutorado ganhou força nas últimas semanas, e que me inscrevi em duas Summer Schools, a acontecerem em Agosto e Setembro.

Não falei de nada disso, mas tudo isso aconteceu. Ou seja, a vida por aqui não para, mesmo que o blog indique o contrário.