quinta-feira, 30 de agosto de 2007

The Times They Are A-Changing' - Longa vida a Internet!

[...]

Come mothers and fathers
Throughout the land
And don't criticize
What you can't understand
Your sons and your daughters
Are beyond your command
Your old road is
Rapidly agin'.
Please get out of the new one
If you can't lend your hand
For the times they are a-changin'

[...]
Tenho orgulho da Nana. Ela conseguiu fazer a transição da velha para a nova estrada, como já preconizava Bob Dylan em The Times They Are A-Changing'. Maneja o IE, o MSN e o Skype. Até coleciona emoticons...

Viva a Internet, que aproxima as pessoas como nunca foi possível antes na história da humanidade!

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Retorno de Praga

Retornamos da mágica Praga. Cidade de linda arquitetura, com mistura de estilos intrigante. Os pontos altos foram a Staromestské námestí (Praça da Cidade Velha), com seu relógio astronômico, e o Pražský hrad (Castelo de Praga), com sua catedral gótica.

Além disso, a cidade tem uma atmosfera que exala cultura. São inúmeras os teatros e as salas de concerto, e a Karluv most (Ponte Carlo), um dos principais pontos turísticos da cidade, era tomada de artistas plásticos, vendedores de fotografias e músicos de rua. Os preços eram relativamente baixos para o padrão europeu, e não temos nada a reclamar da hospedagem. Pra completar, a comida típica chamou a atenção, especialmente o gulash, e o tempo ajudou o passeio: choveu apenas à noite, e a temperatura era muito agradável, não passando dos 28C ao longo do dia mesmo com sol a pino.

O melhor mesmo, porém, foi reencontrar uma série de amigos de Porto Alegre. Domingo, dia 19, jantamos com o Kappel e a Simone no hotel deles (o qual localizamos, com muita sorte, depois de uma verdadeira odisséia). Durante a semana encontramos também professores do LOPP: Carla, Márcia, Ângela, Istefani e Flávio. Mais do que matar a saudade de Porto Alegre, a semana serviu para provocar saudade! Passeamos bastante juntos por Praga, mas ficamos com uma sensação de proximidade com a terra natal que vai levar um tempo para desfazer.

Tiramos muitas fotos: cerca de 760 só na nossa máquina. Como sempre, serão publicadas - à medida que forem organizadas - no nosso fotolog Picasa. As fotos do primeiro dia de passeios já estão lá.

sábado, 18 de agosto de 2007

Férias!

Para não gerar uma overdose de Second Life neste blog, evitei postar nos últimos dias. Isso porque Daniela e eu temos jogado bastante. Em breve, vou escrever um pouco sobre minhas impressões e relatar um pouco do que fizemos. Mas isso só no final do mês, pois vamos viajar por alguns dias. Estamos a caminho de Praga, onde vamos encontrar amigos do Brasil e conhecer a charmosa capital da República Tcheca.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Second Home

Ontem, comentei sobre como Daniela e eu iniciamos nossa Second Life. Mencionei que, nos últimos dias, li diversas reportagens sobre o mundo virtual do Linden Lab. Uma das que mais me impressionou foi publicada no The New York Times no último dia 09, tendo como assunto as divesas facetas do curioso mercado imobiliário de Second Life.

A reportagem conta como, no mundo de fantasia, os moradores se organizam em comunidades e vizinhanças que imitam a vida real. Nas palavras da jornalista Seth Kugel, os avatares estão "construíndo casas virtuais, plantando jardins, comprando móveis e aparelhos eletrônicos e decorando". Extremamente mundano para quem imagina uma Second Life povoada por seres esquisitos que passam seu tempo voando (alguns até mesmo com asas), dançando em festas intermináveis, fazendo sexo virtual ou jogando em cassinos, mas acontece. Tanto que a Second Life tem até mesmo uma revista de decoração, a Prim Perfect. Algumas ilhas possuem seus próprios códigos e planos diretores que indicam o que pode ou não ser construído na região. É o caso da vizinhança de Jalisco, descrita na reportagem, onde prevalece a temática mexicana. Como resultado, um florescente mercado para designers de edificações virtuais está se estabelecendo.

E convém notar que este não é um trabalho simples. Obviamente, as diretrizes clássicas da Arquitetura e da Engenharia Civil não se aplicam em um mundo virtual em que todos podem voar ou se teleportar. Quartos, banheiros e cozinhas, por exemplo, perdem a utilidade, já que os avatares não dormem, se alimentam ou produzem excrementos. Da mesma forma, escadas são inúteis, embora alguns designers as mantenham para conferir às edificações um senso de realidade. Outros, porém, se adaptam. Casas flutuantes são construídas sem qualquer abertura, acessíveis apenas por quem é convidado. As funções das peças mudam; ganham importância os jardins e os esoaços abertos onde se possa dançar e reunir os amigos. Ganha importância também a decoração, de modo que muitas vezes os objetos decorativos acabam custando mais caro do que a edificação.

Por falar em preços, vale mencionar que os preços variam enormemente. A reportagem ilustra que o aluguel de um lote construído em Jalisco custa cerca de US$25 a US$40 mensais em taxas de manutenção. Os direitos de propriedade do terreno ficam por aproximadamente L$ 55.000, mais ou menos US$200 (a taxa de conversão entre os dólares reais e os virtuais é flutuante; enquanto escrevo, é de um dólar real para cada 186 dólares Linden). Porém, há vizinhanças bem mais em conta, até mesmo por US$2 por semana.

A CNNMoney.com também tocou no mesmo assunto, mostrando a iniciativa da firma de negócios imobiliários Coldwell Banker de construir uma réplica de uma mansão de U$3,1 milhões a venda em Mercer Island, Washington. Segundo analistas da indústria imobiliária, a idéia, uma espécie de evolução das populares visitas guiadas por vídeo, é inovadora e, em pouco tempo, poderá se tornar padrão. A versão digital da propriedade é fiel aos últimos detalhes, como se pode ver na imagem abaixo.

A propósito: Daniela e eu ainda não temos uma morada na Second Life. Por enquanto, podemos ser encontrados nas ruas virtuais de Porto Alegre, próximo do Mercado Público. Eu, particularmente, freqüento bastante o "estádio Olímpico". :-D

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Iniciando uma Segunda Vida

Finalmente, aconteceu: Daniela e eu entramos na Second Life.

Aqui nesse blog, já comentei muito sobre o mundo virtual da Linden Labs. Particularmente, me declarei surpreso e esperançoso com as possibilidades de revolução na maneira de viver a experiência da Internet trazidas por essa inovação, com reflexos na forma como produzimos e compartilhamos informação, organizamos a sociedade e, até mesmo, percebemos a realidade. Porém, apesar de muito teorizar sobre a Second Life, ainda não a tinha experimentado. Uma enxurrada de notícias e reportagens sobre o assunto, nos últimos dias, aguçou ainda mais minha curiosidade. O empurrão final foi da Daniela, no sábado passado.

E assim começou. Instalamos o software e criamos a conta dela. Os primeiros momentos são muito, mas muito complicados. A interface lembra a de jogos multiplayer. Há muitas opções, de modo que mesmo eu, que tenho certa experiência com jogos online, me atrapalhei. Tudo é configurável. O avatar, ou seja, a representação da pessoa no universo virtual, é uma figura humanóide azulada. Sobre ele, devemos aplicar formas corporais, pele, olhos, cabelos e vestimentas. Infinitas opções permitem alterar as escolhas: cor e tonalidade dos olhos e dos cabelos, textura da pele, quantidade de rugas, dimensões e proporções corporais são apenas algumas das escolhas possíveis. Quando se entra no quesito das vestimentas, então, a sensação é um misto de deslumbramento frente ao infinito!

Ao mesmo tempo, havia o desafio de aprender a se movimentar e comunicar nessa nova realidade. Ao movimento habitual, sobre duas pernas, é acrescido de duas opções arraigadas no desejo coletivo da humanidade: vôo e teleporte. Assim, a percepção espacial no mundo virtual passa a, necessariamente, considerar a terceira dimensão. E o sonho de construir um castelo nas nuvens vira realidade.

Depois de compreender um pouco como funciona, instalei também no meu computador e criei meu avatar e passamos a explorar o desconhecido. Logo me dei conta das duas grandes diferenças da Second Life com relação aos tradicionais jogos multiplayer online. Em primeiro lugar, o mundo de SL é totalmente criado pelos usuários. Qualquer um pode elaborar formas e aplicar cores e texturas de modo a produzir objetos variados como paredes, cenários, móveis, roupas ou, simplesmente, qualquer outra coisa. Aqui, de novo, as opções são infinitas, limitadas apenas pelo talento e paciência do interessado. E é justamente essa uma das maneiras de ganhar a vida na segunda vida: criar objetos que interessem aos outros. Cada objeto tem um proprietário, e as propriedades podem ser transferidas de graça ou através de pagamento em Lindens, a moeda virtual. Daí a lojas vendendo camisetas Nike, tênis Adidas, bolsas Gucci ou jeans Dolce & Gabbana é um passo. E opções para ganhar dinheiro também não faltam. Determinados lugares oferecem a prática do camping, em que se paga uma quantia de Lindens por hora para, simplesmente, deixar o avatar parado em alguma posição (enquanto escrevo, meu alter-ego de bits está sentado no estádio do Grêmio, na Porto Alegre virtual, ganhando alguns poucos Lindens).

A segunda diferença marcante entre a SL e os jogos multiplayer online é a ausência de história, enredo ou objetivo. Ao mesmo tempo, há poucas regras e limitações. O resultado, pelo menos para mim, é uma sensação inicial de que não há muito o que fazer em SL. Ledo engano. Estamos online há três dias e ainda não vi praticamente nada do mundo. Com relação à interface, relatei apenas as ferramentas com as quais já experimentei: configuração do avatar, gestão do inventório de objetos, movimentação e comunicação. Mas há muito mais: animações e gestos do avatar são completamente configuráveis, e também é possível programar scripts em objetos de modo a anima-los ou fazer com que respondam a ações dos avatares. E há milhares de outras pessoas lá dentro com quem interagir e milhares de lugares curiosos para conhecer.

Nos próximos dias, mais relatos sobre nossa experiência na SL e comentários sobre as notícias relacionadas que mais me chamaram a atenção recentemente.

domingo, 12 de agosto de 2007

Dia dos Pais à Distância

Domingo geralmente é um dia de saudades pra mim. Um dia em que lembro do almoço em família, do estarmos todos juntos em Viamão tomando vinho, conversando sobre nada em especial. A combinação domingo e Dia dos Pais traz ainda mais saudade. Mas é uma saudade saudável, firmada na certeza de que esse período longe está sendo muito importante na minha vida.

Beijos, pai!

O Futuro Antiutopista de Philip K. Dick: A Scanner Darkly

Ontem, Daniela e eu assistimos ao filme A Scanner Darkly (em português, O Homem Duplo). Adaptação (fiel) de um romance semi-autobiográfico de Philip K. Dick (o autor por trás da inspiração para Blade Runner e Minority Report), o filme de 2006 foi dirigido por Richard Linklater e traz no elenco nomes conhecidos como Keanu Reeves, Winona Ryder, Woody Harrelson, Robert Downey Jr. e Rory Cochrane.

A história se passa em um futuro próximo, nos EUA, onde uma nova droga altamente viciante toma conta das ruas: a Substância D. Agentes policiais a paisana investigam o submundo dos narcóticos e, eventualmente, acabam por se misturar a eles. O personagem principal, Bob Arctor, é um desses policiais. Ele faz parte de um núcleo de consumidores de Substância D e tem como missão identificar seus fornecedores. Ao mesmo tempo, deve lidar com a dependência de Substância D, dificuldades amorosas e o trabalho no Departamento de Polícia, onde os policiais infiltrados utilizam vestes especiais para ocultar suas identidades até mesmo dos colegas.

Evidentemente, o que move o enredo é a paranóia. No caso, a paranóia típica de um policial infiltrado vivendo uma segunda vida é catalizada pela paranóia induzida pelas drogas. O resultado é uma sensação de questionamento da realidade, refletida no estilo de imagens único obtido com a aplicação de uma técnica de animação conhecida como rotoscopia interpolada. As animações trazem vida às ilusões e alucinações dos personagens, focalizando o fato de que nada é como parece e nem tudo deve ser considerado real. Enquanto vigia a si mesmo e seus companheiros de drogas, aumenta o desorientamento de Bob, que começa a questionar também sua identidade. Os conflitos internos do personagem são centrais na obra, conforme ilustrado nas visitas que faz aos médicos do Departamento de Polícia que monitoram os efeitos deletérios da dependência de drogas.

Como mencionei antes, o romance de Philip Dick em que Linklater se baseou para escrever o roteiro é semi-autobiográfico. As referências a problemas sociais que ganhavam importância nos anos 60, como consumo de drogas e intrusão do governo na privacidade dos cidadãos, se misturam a problemas pessoais de Dick, que vivia em uma espécie de comunidade com adolescentes usuários de drogas, foi viciado em anfetaminas e tinha sérias dificuldades em seus relacionamentos amorosos. O resultado é um filme interessante e curioso, com excelentes atuações e um tom noir melodramático que reflete muito bem as temáticas de decadência, desorientação, paranóia extrema e, até mesmo, escapismo.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Uma visão sucinta da revolução Web 2.0

Web 2.0, em linhas gerais, diz respeito à criação de conteúdo pelos próprios usuários da Internet. Com mais de 10 anos de história, os blogs são uma das facetas mais antigas do fenômeno. Manifestações mais recentes da Web 2.0 incluem wikis, redes sociais, mundos virtuais e websites onde se carrega e visualiza conteúdo multimídia, como o YouTube.

Obviamente, todo tipo de interesse permeia a Web 2.0. Sobretudo o interesse comercial. E esta é uma tendência de, ao menos, médio prazo: projeções da Gartner indicam que serviços e tecnologias relacionadas com a Web 2.0 terão alto impacto nos próximos dez anos. Enfim, o óbvio.

Já comentei anteriormente neste blog sobre o impacto daquele que é provavelmente o mais revolucionário e inovativo conceito da Web 2.0: o mundo virtual. As empresas também apostam nas redes sociais, como o Orkut e, mais populares nos EUA, MySpace e Facebook. Recente reportagem da Reuters ilustra bem esta tendência, ainda que aponte para o fato de que muitas organizações, com medo de perda de produtividade e riscos de segurança, tentem isolar seus empregados deste tipo de socialização.

Porém, mesmo os já tradicionais blogs têm sido considerados ferramentas importantes para organizações de todo tipo ao redor do mundo. No mundo corporativo, a Google lançou em Junho passado um blog específico para tratar de questões de políticas públicas, uma espécie de janela para a companhia divulgar o que pensa do governo e da legislação. A Microsoft também se rendeu aos blogs. Estima-se que entre 3.500 e 4.000 empregados de Redmond sejam blogueiros. O número é fruto do encorajamento proposto pela própria Microsoft, que vê nos blogs uma alternativa para "diminuir o número de decisões estúpidas que tomamos", nas palavras de Michael Platt, diretor de arquitetura de aplicações web da empresa. Outro exemplo muito interessante do uso comercial de blogs foi trazido pela revista on-line Business 2.0 (o próprio título da publicação evidencia a força do conceito de Web 2.0), que em recente reportagem mostrou como uma companhia de vinhos da África do Sul ganhou projeção internacional graças ao marketing blog-a-blog.

Porém, seja qual for a abordagem, é indiscutível que a Web 2.0 impactou a relação humana com o comunicação. A contínua busca por inovação - e lucro - na Internet gerou ferramentas que multiplicam de modo assombroso as mensagens que cada um de nós tem a oferecer. Os efeitos desta revolução da capacidade humana de se comunicar e, por extensão, produzir e compartilhar conhecimento, ainda são desconhecidos. Cabe a nós estudar o que está acontecendo para, se não for possível prever com exatidão o que pode acontecer, pelo menos estarmos preparados para as mudanças.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Final de Semana Esportivo Desastroso

Na rodada do campeonato brasileiro de futebol, os três gaúchos perderam. Grêmio e Juventude, em casa. O Inter, pelo que li, ainda escapou de uma goleada em Belo Horizonte.

Na Fórmula 1, Massa chegou em 13º em uma corrida sem a mínima graça. De interessante apenas a malandragem (alguns diriam sacanagem) de Alonso na qualificação de sábado. Mesmo a spy story McLaren versus Ferrari está insossa. A McLaren foi declarada culpada de espionagem, mas não foi punida.

Era melhor falar de esportes quando estávamos ganhando alguma coisa!

Legislação Energética nos EUA

Já é de algum tempo que tenho acompanhado as notícias sobre energia renovável. Até já postei sobre isso. Meu interesse aumentou ainda mais após assistir An Inconvenient Truth, oscarizado documentário sobre mudanças climáticas (e, incidentalmente, Al Gore). Não vou entrar no mérito da qualidade do documentário, ou mesmo sobre as previsões quase catastróficas do mesmo. Especificamente sobre isso há, até onde sei, uma série de opiniões contrárias à tese de que o homem é o maior responsável pelo aquecimento global. De qualquer forma, se for para errar, prefiro errar para o lado mais seguro. Por isso, com base no recente relatório do 4º IPCC que indica 90% de chance de que a principal causa do aquecimento é a atividade humana, acho que é uma boa coisa emitir menos CO2.

Aparentemente, os legisladores norte-americanos estão pensando como eu. De acordo com reportagem do The New York Times, no último sábado (4), foi aprovada pela Câmera uma lei exigindo que 15% da eletricidade produzida venha de fontes renováveis de energia, ao mesmo tempo em que aloca fundos para pesquisa voltada para eficiência energética de equipamentos e edificações e novos métodos de captura de carbono. Finalmente, os legisladores dos EUA também negaram cerca de US$ 16 bilhões em incentivos fiscais para a indústria do petróleo. Porém, a lei não faz menção a cortes de emissões de CO2 ou mesmo estabelecimento de padrões mínimos de eficiência energética de automóveis. Estes aspectos já haviam sido abordados por legislação similar aprovada em Junho passado no Senado. Nos próximos meses se reunirá um comitê bicameral que, espera-se, alinhe a legislação energética.

Na opinião da Casa Branca, a recente lei aprovada pela Câmera não atinge os objetivos nacionais de diminuir as importações de petróleo, fortalecer a segurança nacional, diminuir o custo da energia e afrontar a questão do aquecimento global. Segundo a reportagem do The New York Times, embora quase 30 deputados republicanos tenham apoiado o projeto, já foi anunciado que o presidente Bush vetará a lei.

sábado, 4 de agosto de 2007

Elton John e sua proposta para o fim da Internet

É notícia velha, eu sei, mas de tão absurda, merece pelo menos um comentário. Em resumo: Elton John, um dos mais famosos músicos de todos os tempos (principalmente depois do mega-hiper sucesso fúnebre Candle In The Wind 1997, o single mais vendido de todos os tempos), quer acabar com a Internet. A proposta, pelo que entendi, seria a de interromper todo o funcionamento da Internet por cinco anos para "ver o que acontece" em termos de criação artística musical e relações interpessoais, que estariam sendo prejudicadas pela Web. É no mínimo contraditório vindo de alguém com a quantidade de mercadoria oferecida em seu webiste oficial e que, em Março passado, colocou todo seu catálogo de músicas à venda na Internet.

Dito assim, sem contextualização, parece não apenas contraditório, mas pura maluquice. Porém, mesmo com toda a contextualização que se possa tentar dar, continua uma maluquice sem tamanho! É tão absurdo que eu chego a pensar porque alguém publicamente conhecido como Elton John (e que dispõe de tanta gente supostamente competente gerenciando sua carreira e imagem) defenderia uma idéia dessas a sério. À primeira vista, trata-se de algo que poderia ser dito apenas por quem não tem a mínima noção da realidade, o que, convenhamos, não parece se adequar a um artista com uma carreira internacional de sucesso de mais de 40 anos na qual vendeu mais de 200 milhões de discos.

Por isso, minha explicação para a aparente sandice é a de que ele quer apenas e tão somente chamar a atenção para a questão do impacto da Internet e das novas tecnologias de comunicação e informação no cenário musical tradicional das gravadoras e artistas globais. Não sei se conseguiu, ou se apenas se transformou em objeto de gozação e risada da semana para a blogosfera, mas prefiro acreditar nisso do que na imbecilidade pura e simples de Elton John.