quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Second Home

Ontem, comentei sobre como Daniela e eu iniciamos nossa Second Life. Mencionei que, nos últimos dias, li diversas reportagens sobre o mundo virtual do Linden Lab. Uma das que mais me impressionou foi publicada no The New York Times no último dia 09, tendo como assunto as divesas facetas do curioso mercado imobiliário de Second Life.

A reportagem conta como, no mundo de fantasia, os moradores se organizam em comunidades e vizinhanças que imitam a vida real. Nas palavras da jornalista Seth Kugel, os avatares estão "construíndo casas virtuais, plantando jardins, comprando móveis e aparelhos eletrônicos e decorando". Extremamente mundano para quem imagina uma Second Life povoada por seres esquisitos que passam seu tempo voando (alguns até mesmo com asas), dançando em festas intermináveis, fazendo sexo virtual ou jogando em cassinos, mas acontece. Tanto que a Second Life tem até mesmo uma revista de decoração, a Prim Perfect. Algumas ilhas possuem seus próprios códigos e planos diretores que indicam o que pode ou não ser construído na região. É o caso da vizinhança de Jalisco, descrita na reportagem, onde prevalece a temática mexicana. Como resultado, um florescente mercado para designers de edificações virtuais está se estabelecendo.

E convém notar que este não é um trabalho simples. Obviamente, as diretrizes clássicas da Arquitetura e da Engenharia Civil não se aplicam em um mundo virtual em que todos podem voar ou se teleportar. Quartos, banheiros e cozinhas, por exemplo, perdem a utilidade, já que os avatares não dormem, se alimentam ou produzem excrementos. Da mesma forma, escadas são inúteis, embora alguns designers as mantenham para conferir às edificações um senso de realidade. Outros, porém, se adaptam. Casas flutuantes são construídas sem qualquer abertura, acessíveis apenas por quem é convidado. As funções das peças mudam; ganham importância os jardins e os esoaços abertos onde se possa dançar e reunir os amigos. Ganha importância também a decoração, de modo que muitas vezes os objetos decorativos acabam custando mais caro do que a edificação.

Por falar em preços, vale mencionar que os preços variam enormemente. A reportagem ilustra que o aluguel de um lote construído em Jalisco custa cerca de US$25 a US$40 mensais em taxas de manutenção. Os direitos de propriedade do terreno ficam por aproximadamente L$ 55.000, mais ou menos US$200 (a taxa de conversão entre os dólares reais e os virtuais é flutuante; enquanto escrevo, é de um dólar real para cada 186 dólares Linden). Porém, há vizinhanças bem mais em conta, até mesmo por US$2 por semana.

A CNNMoney.com também tocou no mesmo assunto, mostrando a iniciativa da firma de negócios imobiliários Coldwell Banker de construir uma réplica de uma mansão de U$3,1 milhões a venda em Mercer Island, Washington. Segundo analistas da indústria imobiliária, a idéia, uma espécie de evolução das populares visitas guiadas por vídeo, é inovadora e, em pouco tempo, poderá se tornar padrão. A versão digital da propriedade é fiel aos últimos detalhes, como se pode ver na imagem abaixo.

A propósito: Daniela e eu ainda não temos uma morada na Second Life. Por enquanto, podemos ser encontrados nas ruas virtuais de Porto Alegre, próximo do Mercado Público. Eu, particularmente, freqüento bastante o "estádio Olímpico". :-D

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