quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Uma visão sucinta da revolução Web 2.0

Web 2.0, em linhas gerais, diz respeito à criação de conteúdo pelos próprios usuários da Internet. Com mais de 10 anos de história, os blogs são uma das facetas mais antigas do fenômeno. Manifestações mais recentes da Web 2.0 incluem wikis, redes sociais, mundos virtuais e websites onde se carrega e visualiza conteúdo multimídia, como o YouTube.

Obviamente, todo tipo de interesse permeia a Web 2.0. Sobretudo o interesse comercial. E esta é uma tendência de, ao menos, médio prazo: projeções da Gartner indicam que serviços e tecnologias relacionadas com a Web 2.0 terão alto impacto nos próximos dez anos. Enfim, o óbvio.

Já comentei anteriormente neste blog sobre o impacto daquele que é provavelmente o mais revolucionário e inovativo conceito da Web 2.0: o mundo virtual. As empresas também apostam nas redes sociais, como o Orkut e, mais populares nos EUA, MySpace e Facebook. Recente reportagem da Reuters ilustra bem esta tendência, ainda que aponte para o fato de que muitas organizações, com medo de perda de produtividade e riscos de segurança, tentem isolar seus empregados deste tipo de socialização.

Porém, mesmo os já tradicionais blogs têm sido considerados ferramentas importantes para organizações de todo tipo ao redor do mundo. No mundo corporativo, a Google lançou em Junho passado um blog específico para tratar de questões de políticas públicas, uma espécie de janela para a companhia divulgar o que pensa do governo e da legislação. A Microsoft também se rendeu aos blogs. Estima-se que entre 3.500 e 4.000 empregados de Redmond sejam blogueiros. O número é fruto do encorajamento proposto pela própria Microsoft, que vê nos blogs uma alternativa para "diminuir o número de decisões estúpidas que tomamos", nas palavras de Michael Platt, diretor de arquitetura de aplicações web da empresa. Outro exemplo muito interessante do uso comercial de blogs foi trazido pela revista on-line Business 2.0 (o próprio título da publicação evidencia a força do conceito de Web 2.0), que em recente reportagem mostrou como uma companhia de vinhos da África do Sul ganhou projeção internacional graças ao marketing blog-a-blog.

Porém, seja qual for a abordagem, é indiscutível que a Web 2.0 impactou a relação humana com o comunicação. A contínua busca por inovação - e lucro - na Internet gerou ferramentas que multiplicam de modo assombroso as mensagens que cada um de nós tem a oferecer. Os efeitos desta revolução da capacidade humana de se comunicar e, por extensão, produzir e compartilhar conhecimento, ainda são desconhecidos. Cabe a nós estudar o que está acontecendo para, se não for possível prever com exatidão o que pode acontecer, pelo menos estarmos preparados para as mudanças.

Nenhum comentário: