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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Outras saudades

Ontem, Domingo, dia lindo, saí para uma caminhada. Era por volta do meio-dia. Senti saudade do cheiro de churrasco...

terça-feira, 3 de junho de 2008

Imigração clandestina na Itália

Enquanto escrevo, escuto um debate no excelente programa Ballarò (como sempre, na RAI3). Se debate, evidentemente, sobre imigração. Em especial, modos para conter a imigração. Um desenho de lei sobre segurança foi encaminhado ao parlamento hoje por parte do novo Ministro dell'Interno, um leguista. O foco, claro, são os imigrantes, associados, na percepção geral, à insegurança.

Em um ponto todos parecem concordar, independentemente das suas convicções ideológicas: o imigrante que comete um crime deve ser punido. Bom, pra isso nem precisava debater, eu acho.

A partir daí, tudo fica complicado. Os leguistas são conhecidos por pregar, há mais de uma década, que a Itália deve ser dos italianos. Mais do que isso, eles defendem um territorialismo quase separatista ao Norte, venerando a antiga - quase mítica - Padania. Vale lembrar que a Lega Nord, apesar dos excessos, foi o partido que mais cresceu nas últimas eleições, contrariando expectativas e prognósticos de todos os analistas políticos. É, hoje, o fator decisivo na maggioranza de Berlusconi. E, por isso, foi bem recompensada, com 4 ministérios.

Por falar em Berlusconi, nem ele se entende com o seu governo sobre o tal projeto de lei. Segundo Roberto Maroni, o Ministro dell'Interno, a imigração ilegal deve ser um crime - e punida como tal. E foi isso o que acabou no projeto de lei que o Conselho dos Ministros aprovou recentemente para avaliação dos deputados e senadores.

Aparentemente. Berlusconi, porém, declarou hoje que não deve ser bem assim. Na opinião pessoal dele, imigração ilegal deve ser não um crime, mas um agravante.

Porque esse passo atrás do psiconano*? Bem, talvez porque a ONU não gostou muito da abordagem italiana. Nem a Anistia Internacional. Nem o Vaticano. Nem o presidente Georgio Napoletano (lembrando que, na Itália, o Presidente é uma figura decorativa para
cerimônias oficiais, mais ou menos como a Rainha da Inglaterra... mas aqui eles de fato escutam - e respeitam - o que a mobília tem a dizer). E muito menos a oposição, tanto de centro quanto de esquerda.

Ou seja, parece que ele não quer gerar muita agitação interna. Mais, parece que Berlusca vai tentar, nesse terceiro (ou quarto?) governo, ser mais "democrático". E aceitar a posição da esquerda nessa questão, afinal de contas, não é tão impopular, certo? É um gênio político, esse Berlusconi!

Resta saber se Bossi e seus leguistas pensam da mesma maneira...

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Viajando com a Mônica

Esses dias todos longe do blog tem uma única culpada: a Mônica.

Desde que ela chegou, dia 4, não tivemos um minuto de folga. Logo no Domingo, fizemos um belo almoço e nos mandamos para Torino, visitar as múmias no Museo Egizio. Incrível estar frente a frente com um cadáver de 6000 anos de idade...

Na segunda, mandamos a Mônica sozinha para o Lago Maggiore. E não é que ela conseguiu chegar na Isola Bella e voltar? Espantosa a capacidade da moça de sobreviver nessa terra confusa e estranha que é a Itália.

Na terça, visita a Milano. De noite, ópera no La Scala: 1984, uma adaptação da obra de George Orwell por Lorin Maazel. Coisa chique...

Na quarta, partimos para uma mini-viagem de 5 dias na Toscana. Em Firenze, um banho de cultura e arte. Escapamos por pouco - muito pouco - de sofrer da Síndrome de Stendhal... A arte aflora de cada prédio, de cada pedra, de cada igreja, de cada jardim, de cada museu, de cada ponte sobre o Arno. Virar um corredor na Galleria dell'Accademia e dar de cara com aquele imponente Davide, ou se perder em meio aos inúmeros Raffaellos na Galleria degli Uffizi, é inebriante mesmo para quem não é um grande conhecedor de arte, como eu.

No sábado, fomos ainda a Pisa e Siena. Em Pisa, testemunhamos que a Torre é realmente torta. Muito torta. Assustadoramente torta até. E sim, tiramos as clássicas fotos "segurando" a Torre... Em Siena, caminhamos pelas ruas em estilo medieval e fizemos a visita obrigatória alla Piazza del Campo e ao Duomo.

Domingo, enquanto Daniela e eu voltávamos a Novara, Mônica foi para Roma, conhecer o centro do mundo. Mas até hoje, não tivemos um minuto de folga, botando o trabalho e as aulas em dia. Amanhã ela retorna de Roma, e nós voltamos à louca rotina de guias de turismo para nossa amiga!

sábado, 3 de maio de 2008

A crise da esquerda não tem fim

Como se não bastasse a derrota nas eleições gerais, semana passada o PD perdeu o segundo turno na eleição para prefeito de Roma. Gianni Alemanno, candidato do PdL, foi eleito novo sindaco com 783.225 votos, batendo o ex-prefeito e ex-ministro da Cultura Franceso Rutelli.

A derrota foi significativa: a centro-sinistra governava a capital italiana com Veltroni, eleito há dois anos com 61% dos votos. O mesmo Veltroni que deixou o cargo para liderar o novo Partido Democratico, candidatar-se e perder para Berlusconi quinze dias atrás.

Alemanno venceu porque, acima de tudo, valorizou a temática do medo com a falta de segurança na capital italiana. Temática que veio ao centro da mídia quando uma ragazza estrangeira foi violentada por um romeno na semana antecedente à votação na periferia de Roma. A coligação de destra de Alemanno, especialmente seu partido Alianza Nazionale, descendente dos fascistas de Mussolini, promete o cumprimento rigoroso das regras de expulsão de estrangeiros que cometam delitos na Itália. Era tudo o que os romanos queriam ouvir.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

1º de Maio no Lago

Feriado de Primeiro de Maio é coisa séria aqui na Itália. Ou, pelo menos, faz-se de tudo para que tenhamos essa impressão. Eventos, shows, comícios, manifestações e cerimônias organizadas por partidos, sindicatos, governo, direita, esquerda, centro, povo e tudo o mais.

Mas também é dia de descanso e passeio, ainda mais com o lindo dia de Primavera que fez. Aproveitamos e fomos ao Lago Maggiore com a Scuola di Italiano. Eu não sabia praticamente nada sobre o Lago antes de ontem. Trata-se de um lago de origem glacial, o segundo maior da Itália, localizado na fronteira com a Suíça, entre as províncias de Novara, Varese e Verbano.

Chegamos em Stresa, pequena cidade na margem ocidental do Lago, e pegamos um barco para a Isola Bella. E che bella questa isola! De todos os lugares que já visitei na Itália, está entre os mais bonitos. De fato, teria dito Charles Dickens:

Per quanto fantastica e meravigliosa possa essere ed è l'Isola Bella, è tuttavia bellissima.

A ilhota é praticamente toda ocupada pelo Palazzo Borromeo, uma construção histórica do século XVII que servia como morada da influente família nobre milanesa. O palácio em si é impressionante, tendo até mesmo hospedado Napoleão e sua esposa Josefina. Especial destaque para le grotte, as salas do andar inferior, próximas ao nível da água, cujas paredes são recobertas de pedras do lago e conchas.


Porém, a verdadeira jóia da Isola Bella é o jardim do palácio. Uma magnífica mistura de flores e plantas de todos os tipos em estilo barroco dito all'italiana, ou seja, construído como uma série de degraus ou terraços e adornado com dezenas de estátuas, fontes e espelhos d'água. Absolutamente fantástico!

Mais fotos no post que a Daniela fez no seu blog.

Em resumo, é um lugar a ser visitado muitas vezes, pois há diversas outros pontos turísticos no Lago. Certamente voltaremos!

domingo, 27 de abril de 2008

Churrasco Italiano

Bem, não foi exatamente um churrasco. Pra começar, aqui eles chamam de barbecue, o que já exprime suficientemente bem a descaracterização total da coisa. A carne é cortada em bifes, que são colocados sobre uma grelha. E pra completar, a "churrasqueira" não é exatamente o que eu esperava, como se pode ver na foto abaixo.

É, eu estava desconfiado.

Tutto sommato
, porém, foi uma experiência excelente. Afinal, comer uma boa carne, ainda que grelhada, junto aos amigos, acompanhada de uma boa e divertida conversa, é a essência do churrasco. E isso certamente havia. Além do mais, como bônus um fantástico aperitivo, um primo piato de massa ao aceto balsamico e, como não podia faltar, vinho.


sexta-feira, 25 de abril de 2008

Liberazione

Hoje se comemora La Liberazione, o 63º aniversário do dia em que a Itália se livrou do domínio nazista na Segunda Guerra Mundial. Feriado, tudo parado - salvo os restaurantes e as cerimônias patrióticos por todo o país. Começou cedo em Roma, no monumento ao soldado desconhecido no Altare della Patria. Beppe Grillo, em Torino, promove o V2-Day, um protesto organizado e divulgado via Internet contra o que ele considera os grandes problemas estruturais do jornalismo italiano.

Alheios a tudo isso, nós aproveitaremos o feriado para almoçar com um casal de amigos, a Tal e o Alberto, e descansar.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Repercutindo Berlusconi

Tradução livre de um editorial publicado pelo The New York Times hoje, 16 de Abril, a respeito da vitória de Berlusconi.
O Retorno de Berlusconi

Silvio Berlusconi, o maior showman da política italiana, está de volta para seu terceiro mandato como primeiro-ministro. Sua vitória pouco tem a ver com suas escassas realizações durante as passagens prévias pelo poder. Em um momento em que a Itália se encontra envolvida em trevas econômicas e políticas, ele venceu com promessas de um caminho indolor para uma prosperidade renovada.

Com, de um lado, os restos da coalizão de centro-esquerda que deixava o poder oferecendo austeridade e sobriedade e, de outro lado, Berlusconi propondo diminuição de impostos e bons tempos, realmente não sobrou espaço para disputa. O bilionário dono de negócios de mídia e esportes também obteve grande auxílio de sua parceria inquietante com a Lega Nord, um partido populista violentamente contrário aos imigrantes.

O estilo de vida berrante e a forte personalidade de Berlusconi certamente não conseguiriam bons resultados do lado de cá do Atlântico. Ainda assim, alguns aspectos da campanha ecoaram a política americana de modo notável - e, em alguns casos, embaraçante. A Lega Nord produziu um vergonhoso pôster mostrando um indígena americano de aparência melancólica, completo com um cocar de penas, e as palavras de aviso: "Eles não souberam regular a imigração - agora eles vivem em reservas - pense a respeito." Walter Veltroni, ex-prefeito de Roma e principal oponente no campo da centro-esquerda, se saiu igualmente mal ao tentar emular o apelo de Barak Obama com o equivalente italiano de "Yes, we can."

A Itália tem problemas reais, cuja discussão foi evitada por todos os partidos. Entre eles, estão incluídos uma competitividade vacilante, déficits fiscais insustentáveis, serviços governamentais falidos (Nápoles está sufocada em lixo não recolhido), corrupção e uma burocracia que desperdiça incríveis quantidades do tempo e dinheiro de todos os envolvidos. Os italianos, via de regra, trabalham tanto quanto seus vizinhos mas, ao fim, recebem recompensas financeiras significantemente menores.

O que o país desesperadamente precisa é um ataque prolongado e intenso contra evasão fiscal, subsídios públicos não-justificados, excesso de regulação e uma cultura de corrupção política e de negócios profundamente enraizada. Talvez isso seja muito a se pedir para um homem cujos negócios privados repetidamente chamaram a atenção dos promotores públicos, porém sem qualquer condenação.

Os primeiros dois mandatos de Berlusconi foram deludentemente fracos em termos de reformas. A Itália precisa que ele faça mais desta vez.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Explicando Berlusconi

Pra quem se pergunta como a centro-direita ganhou, por favor considere que, por um lado, Berlusconi detém, no mínimo, metade dos recursos de mídia do país. E sabe usá-los! Além disso, Berlusconi é o homem mais rico do país. Isso significa, pelo menos, que ele dispõe de muito mais recursos para empregar nas campanhas e, talvez mais importante, dispõe de uma imagem de sucesso, de self made man, que começou como animador de cruzeiros de verão e se tornou um dos mais poderosos magnatas do mundo.

Por outro lado, a Itália está descontente, com uma economia frágil e uma auto-estima debilitada com relação aos outros grandes países da Europa. Porém, apesar dos problemas, a Itália vem recebendo um influxo fortíssimo de imigração. Berlusconi e, mais especificamente, seus aliados da Lega Nord, conseguiram convencer muita gente que os imigrantes são, em grande parte, a causa dos problemas sociais e econômicos italianos. E oferecem uma solução simples: basta de imigrantes.

Vale lembrar que as pessoas simples gostam de soluções e explicações simples. E, em qualquer lugar, as pessoas simples são a maioria.

Mas, claro, isso é só uma explicação simples. A realidade é muito mais complicada.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

As eleições na Itália

Me dei conta que, desde a queda de Prodi, não escrevi mais nada sobre a vida política italiana. E este é um assunto particularmente vivo nesse momento em que se aproximam as eleições. Aqui se vota no domingo, dia 13, e na segunda, dia 14. Amanhã mesmo vou buscar minha tessera elettorale.

Pois bem, o que tenho a dizer é: não faço idéia de quem vencerá, mas tenho quase certeza de que as coisas não vão mudar.

A fim de entender porque digo isso, é preciso dar um passo atrás e analisar o contexto dos problemas políticos da Itália parlamentarista. Desde a Segunda Guerra Mundial, o país já trocou de governo 61 vezes. É demais para uma democracia européia.

A instabilidade das legislaturas, porém, é apenas um reflexo da impossibilidade de governar efetivamente causada pela fragmentada estrutura partidária italiana. Por exemplo, o último governo, do centro-esquerdista Romano Prodi, venceu a eleição de 2006 por pouquíssimos votos. E isso que sua coalizão de nove partidos reunia, se não todos, pelo menos a imensa maioria dos partidos que de alguma forma se identificavam com a proposta social da esquerda, incluindos os comunistas tradicionais e os neo-comunistas*, os verdes e alguns partidículos oportunistas de centro-direita. Embora sua maioria na Câmara fosse sólida, a pequena margem de vitória se refletiu em uma magérrima maioria no Senado. Bastou que um daqueles pequenos partidos oportunistas da base de sustentação abandonasse o barco para que o governo caísse frente ao assalto midiático da direita de Berlusconi.

Essa situação não é novidade para ninguém. É consensual a necessidade premente de uma reforma no precário modelo eleitoral vigente (modelo introduzido por Berlusconi poucos meses antes das últimas eleições, aliás, em substituição a uma lei votada em referendo popular vários anos antes). Essa nova reforma preconizada por todos, dizia-se, era necessária não permitir que os próximos governos ficassem à mercê dos "partidos anões". Porém, não houve tempo para qualquer reforma. Anunciada a dissolução do parlamento, os dois grandes partidos de centro se posicionaram. Berlusconi e seu Popolo della Libertà se disseram abertos às velhas alianças, mas apenas os neo-fascistas da Aleanza Nazionale e os radicais separatistas (eles se dizem federalistas) da Lega Nord responderam a seu chamado. Do outro lado do campo de batalha, Veltroni colocou o recente mega-Pardito Democrático, de centro-esquerda. Com eles, ocorreu o contrário: os pequenos partidos que apoiavam Prodi se disseram prontos para uma nova coalizão, mas o PD refutou, alegando o não desejar repetir a fragmentação e as disputas internas que levaram à completa inação do antigo governo.

Sobrou para a esquerda tentar a solução solitária. Bertinotti convocou a Sinistra Arcobalena, disparando forte contra o que argumenta ser a "falsa" esquerda de Veltroni. Casini, antigo aliado de Berlusconi, preferiu rebelar-se e consolidou posição no centro com sua . No processo, desferiu insultos contra esquerda e direita e se ofereceu como uma terceira via, mas parece que conseguiu
atrair muitos eleitores. Micro-partidos de todas as faixas do espectro político fecham o desfile, que inclui bizzarices como a candidata da La Destra, Daniela Santanchè, que parece acreditar que pode ser eleita apenas porque é bonita, ou o "partido" anti-aborto do esquizofrênico Giuliano Ferrara.

Do início da campanha até pouco tempo atrás, as pesquisas indicavam uma saudável margem de liderança para Berlusconi, em torno dos 5 a 9 pontos percentuais. O que não é de se estranhar, dado o fato de que o sujeito é dono de um dos clubes de futebol mais populares do país e de um mega-grupo de mídia que vale U$ 9,4 bilhões e que inclui três dos seis maiores canais de televisão (os outros três são estatais!). Gradualmente, porém, o PD recuperou terreno e conquistou boa parte dos eleitores indecisos, estimados em quase um terço do total de potenciais votantes.

Boa parte desse crescimento se deve aos absurdos proferidos pelos aliados de Berlusconi, a Lega Nord. A mais recente declaração bomba do líder desses radicais, Bossi, envolvia "pegar em fuzis" para fazer valer a sua idéia de federalismo. Entre seus slogans separatistas, "mentre Milano lavora, Roma mangia". E eles conseguem atrair atenção também com seu ódio furioso contra os imigrantes. Um cartaz da Lega mostra uma imagem de um índio norte-americano, acompanhado das palavras: "anche loro hanno subito l'imigrazione", algo como "eles também sofreram a imigração". Em Como, há outdoors que dizem: "L'Italia per gli italiani". Dá pra imaginar um partido desses na coalizão que governa a Itália?

Mas há também os absurdos de Berlusconi. Alguns são hilários, como a "crítica" de que os políticos de esquerda não tem bom gosto para mulheres (!). Outros são mais perigosos para a saúde da democracia italiana, como o ataque de ontem ao atual presidente Georgio Napolitano. Convém lembrar que, aqui, o presidente é, tendencialmente, uma figura quase decorativa, ainda que representante das instituições democráticas. Alguém que fica acima das contendas políticas, mais ou menos como a rainha no Reino Unido.

Atualmente, os dois grandes se encontram em pé de igualdade nas estimativas de voto, com Berlusconi ainda ligeiramente na frente. Porém, como eu disse antes, não importa quem vença. É em função do previsível contexto pós-eleição de um governo refém de pequenos e micro-partidos que eu digo que, seja quem for o vencedor, não vai mudar nada: o governo vai ser difícil, obstaculado não só pela eventual débil margem de vantagem sobre a oposição, mas também pelos próprios aliados, sejam eles os de antes da eleição (Veltroni acabou aceitando a aliança com o partido Italia dei Valori, do ex-ministro Di Pietro) ou aqueles arrolados pelos vencedores na festa de comemoração e distribuição de cargos.

* Vale lembrar a importância histórica da esquerda na Itália. Por pouco o país não caiu na esfera de influência soviética no pós-guerra. Os comunistas sempre foram fortes por aqui, em oposição aos setores católicos conservadores de direita. O movimento sindical, um dos mais robustos da Europa, é herança direta dessa situação.

domingo, 16 de março de 2008

De volta à rotina... por enquanto

As últimas semanas foram bastante conturbadas por aqui. De fato, desde o início do mês que não comento o que tem acontecido.

O principal motivo foi o acúmulo de compromissos recentes. Durante toda a semana de 10 a 14 de Março, estive participande de um Doctoral Workshop on Economics and Management of Innovation, que ocorreu no Politécnico. Vieram acadêmicos de reputação internacional para as palestras, incluindo os Profs. Alan McCormick e Gary Pisano, da Harvard Business School. Incrível a dinâmica e a vitalidade desses caras dando aula. Muito diferente do estilo contido, reservado, quase discreto da maioria dos professores europeus. Foi tudo muito produtivo e profícuo, mas também intenso e cansativo: trabalhos todos os dias, tanto pela manhã quanto no período da tarde. À noite, ainda, as leituras para as lectures do dia seguinte - tanta leitura, por sinal, que me ocupou também em boa parte da semana anterior ao Workshop.

Pelo menos, durante a semana meu computador voltou da assistência. Por conta das aulas desta semana, a Daniela teve que ir a Rho buscar, tadinha. Mas de qualquer forma foi muito bom, já estava com saudades. Me adaptei razoavelmente bem ao Vista, mas é bom retornar ao velho e confiável XP. Ainda não está 100% operacional: leva tempo para restaurar todo o backup.

Toda essa atividade me fez esquecer de comentar sobre a lasagna alla bolognesa que fizemos na despedida do Felipe e da Denise, no fim de Fevereiro, e sobre a viagem a Alagna Valsesia no último domingo para que a Daniela finalmente brincasse na neve. Nos próximos dias vou postar sobre esses acontecimentos. Por enquanto, uma prévia da nossa excursão à montanha.


sábado, 1 de março de 2008

Riassunto delle novità

É, acho que foi o maior período sem postagens (excetuando-se as viagens). Mas não foi por falta de assunto. Ao contrário, foi um período bem movimentado. Então, segue um post de resumo das recentes novidades.

Depois do meu aniversário, Daniela e eu tivemos mais motivos para comemorar. Na semana passada, celebramos 7 anos juntos em alto estilo, assistindo uma ópera no La Scala. Wozzeck é um drama anti-militarista forte e impactante. A experiência foi marcante, como que a realização de um sonho de tanto que planejamos conhecer o famoso teatro. E parece que agora não tem volta, gostamos tanto do programa vamos ter de comparecer ao La Scala mais vezes.

Na quinta-feira, deixei meu note na assistência da Acer. Era o último dia da garantia, e quis me certificar que os pixel defeituosos que surgiram durante o uso fossem consertados. Enquanto o computador não retornar, Daniela e eu vamos ficar disputando o notebook dela.

E no mesmo dia recebemos em casa um casal de amigos brasileiros que estão retornando ao Brasil depois de um período de estudos na Alemanha. Muito bom essa quebra de rotina, ver gente diferente, interessante, com quem podemos conversar em português. Saimos para uma pizza com o pessoal da escola de italiano de Sant'Egidio e hoje (sexta) passeamos pelos pontos turísticos obrigatórios de Milão. Amanhã, antes deles partirem, vamos preparar una bella lasagna alla bolognesa, com tudo o que se tem direito. Espero que fique boa...

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Aniversário

Normalmente, eu diria que é sofrido comemorar aniversário tão longe da família e dos amigos. No ano passado foi, pelo menos.

Mas ontem, até que não foi tão difícil driblar a saudade. Afinal, fui inundado por uma quantidade enorme de emails, telefonemas, mensagens de MSN e recados no Orkut, com direito até a festa no MSN, organizada pelo Kappel, e parabéns no telefone da princesinha mais arredia do mundo!

Quero, portanto, agradecer publicamente a todos por cada palavra ou pensamento de lembrança no dia de ontem. O afeto de vocês foi muito importante, pois cada demonstração de carinho é amplificada e multiplicada pela distância que nos separa.

E, à noite, ainda tive o prazer de levar minha amada companheira de giramundo para jantar com um casal de novos amigos que, apesar da pouca convivência, já se mostraram tão amáveis que parece que nos conhecemos de longa data.

Foi um dia muito agradável, e fiquei bastante feliz. Obrigado a todos por me proporcionarem essa alegria nesse dia tão importante.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

São Valentim e a Lupercália

Hoje é dia de San Valentin (São Valentim), comemoração do dia dos namorados aqui pelos pagos do norte. Reza a lenda que São Valentim, ainda na época dos imperadores romanos avessos à religião católica, celebrava casamentos às escondidas, desafiando a proibição imperial. A data 14 de fevereiro marcaria o aniversário da decapitação do santo (como todo bom mártir, assassinado brutalmente em nome de suas convicções religiosas).

Porém, isso não passa de lenda. É uma história interessante, mas desprovida qualquer fundamento histórico.

Curioso é que pouco se sabe de concreto sobre o São Valentim histórico. Na verdade, não se sabe nem mesmo se São Valentim se refere a apenas um ou mais mártires daqueles tempos difíceis em que os católicos eram apenas vítimas de perseguição. Por tradição, celebra-se seu dia no 14 de Fevereiro, mas nada se sabe sobre sua vida - ou morte, que no caso dos mártires costumava ser bastante violenta e, por isso, marcante para os fiéis. Mais especificamente, não há qualquer ligação ou evidência de São Valentim com os namorados e amantes. A associação com o amor e romantismo veio, muito provavelmente, com Chaucer, na Idade Média.

Por outro lado... 15 de Fevereiro era a data tradicional da Lupercalia, a festa pagã da fertilidade da Roma antiga. Era um dia em que os jovens romanos de todas as classes corriam pela cidade nus, provocando (romanticamente, é claro!) as moças que encontravam pelo caminho. É de se pensar o quanto as moças evitassem sair às ruas naquela data.

E, coincidentemente, 15 de fevereiro é também o dia do meu aniversário! Se não estivesse tão frio, eu até comemoraria correndo nu pelas ruas de Novara (a fim de honrar a antiga tradição da Lupercalia, é claro!!!).

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Ainda o Papa

Hoje recebi, através da lista de emails da SBCR (Sociedade Brasileira de Ceticismo e Racionalismo), um texto de opinião do sociólogo e biólogo Francisco Borba Ribeiro Neto sobre a recusa do Papa em participar da aula de inauguração do ano acadêmico da Universidade La Sapienza, no início do ano. O texto retoma, como ponto de partida, a repetição de uma série de argumentos que já cansei de ouvir na mídia italiana: o Papa foi impedido de dialogar com a Universidade, o incidente foi um exemplo de intransigência e cerceamento da liberdade de expressão (nas palavras de Ribeiro Neto, "um disparatado ataque à liberdade de expressão" e "recusa ao diálogo e à argumentação racional"), etc.

Incrível.

Diz-se que uma mentira repetida mil vezes se torna verdade.

A meu ver, é exatamente o que vem acontecendo com essa questão. Ao contrário do que se diz e se escreve em quase todo lugar, o Papa NÃO foi impedido de participar da aula magna na Sapienza. Ele não foi PORQUE NÃO QUIS. Simples assim. O protesto dos estudantes nos dias anteriores à programada participacao "papal" foi mínimo, sem qualquer manifestação de violência. Ligeiramente mais significativo foi o protesto de 67 professores (entre 4.500, como bem nota o texto de Ribeiro Neto). Mas mesmo isso não passou de uma carta aberta afirmando a opinião de que esse Papa específico não é, na visão desses professores, bem vindo à Universidade. E cabe lembrar que tanto representantes do governo da cidade de Roma quanto do governo federal garantiram que não havia qualquer ameaça à segurança de Benedetto.

A mim, parece que intransigente nessa história foi mesmo o Vaticano. Ficaram com medo da repercussão de uma eventual rejeição ou vaia ao Papa, ou não gostaram das críticas, sei lá.

Aliás, me pasma que aqui na Itália, a totalidade da imprensa, na qual se incluem ate mesmo os setores ditos "anti-clericais" da RAI, comprou essa versão do mito da Universidade contrária à liberdade de expressão.

Também me marcou muito perceber a importância social e cultural que a Igreja ainda representa por aqui. Essa importância foi evidenciada pelo fato de que a imprensa só deixou de abordar o assunto da recusa do Papa quando a crise do governo se mostrou tal que a queda de Prodi passou a ser inevitável.

E ainda houve senadores que usaram o episódio (junto com a crise do lixo em Napoli) para justificar seu voto contrário ao governo!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

I musei del Castello Sforzesco



No último Domingo, Daniela e eu fomos a Milano visitar os museus do Castello Sforzesco. Eu já havia visitado o Castello em duas oportunidades, mas ainda não conhecia as exibições. E, de fato, é um passeio que vale a pena.

As coleções de objetos históricos do Museo d'Arte Antica são muito ricas, com diversos itens de arte longobarda e sacra. A seção da Armoria é particularmente interessante: os armeiros de Milano e redondezas eram conhecidos, nos séculos XIV a XVII, pela qualidade do seu trabalho, e a beleza das armas e armaduras decoradas em exposição atestam isso. O Museo d'Arte Antica conta ainda com capolavori de dois famosos mestres do Renascimento: o último trabalho de Michelangelo Buonarroti, a inacabada Pietà Rondanini, e afrescos de Leonardo da Vinci na Sala delle Asse. Além disso, a Pinacoteca contém diversas obras de pintores consagrados como Mantegna, Foppa, Tintoretto e Tiepolo.


Testa virile di Tintoretto

Com apenas algumas horas a disposição, infelizmente não conseguimos visitar os demais museus. Houve tempo apenas para uma passada rápida no Museo dei Mobili e delle Sculture Lignee e no Museo degli Strumenti Musicali. Mas o pouco que vimos - e o tanto que ainda não vimos - nos convenceu a voltar em uma próxima oportunidade.


quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Il Senato boccia Prodi

Caiu o governo Prodi: 161 não, 156 sim, 3 ausentes. O voto de confiança foi negado. É o fim de uma legislação de quase dois anos dominada por uma maioria claudicante de centro-esquerda com sérias divergências internas. Uma maioria criticada principalmente pela necessidade de acolher os ditos "radicais" de esquerda, partidos de alguma forma ligados à tradição comunista.

Porém, quem teve participação realmente decisiva na queda de Prodi foi o pequeno partido de Mastella, a UDEUR. Um partido de centro, de base regional e convicções capengas, que sempre está do lado de quem vence e, portanto, está sempre presente no governo (Mastella foi Ministro do Trabalho de Berlusconi em 94/95). Uma espécie de PMDB italiano, guardadas as proporções.

Investigado pelo Ministério Público (com a esposa em prisão domiciliar) e atacado por todos os lados pela opinião pública, pela mídia e até por colegas Ministros e membros da coalizão de governo, Mastella chutou o balde: demitiu-se de sua posição como Minstro da Justiça e anunciou que seus 3 senadores deixavam a maioria. Foi o bastante para transformar o voto de fiducia desta quinta em uma missão impossível para Prodi. E assim o foi. A maioria numérica afundou, com direito a um punhado de ratos saltando fora na última hora.

Agora, o que fazer? Praticamente todos concordam que a lei eleitoral vigente é péssima, pois dá muito peso aos partidos-anões. Segundo as regras em vigor, uma nova maioria eventualmente eleita sofreria das mesmas dificuldades - ou impossibilidades - para governar que Prodi e sua coalizão de centro-esquerda enfrentaram. Por outro lado, todos também concordam que não há como levar adiante uma reforma eleitoral neste momento. Não há tempo hábil, não há clima político. Diz a Ministra Bindi na TV neste exato momento: i tempi non ci sono!

Para piorar, o país enfrenta graves crises. Uma crise política, gritada em praças por Grillo e seus neo-anarquistas e caracterizada por diversas investigações em curso do Ministério Público contra políticos e simpatizantes. Há também a crise da spazzatura, sobretudo na Campania - base eleitoral da UDEUR de Mastella.

Levar a eleição adiante com a lei atual é a bandeira dos radicais, tanto de direita quanto de esquerda. O centro-direita de Berlusconi, farejando uma vitória com base em uma série de pesquisas de opinião que lhe dão cerca de 5% de vantagem, apoia a idéia. Porém, sem muita convicção, afirmando que "não há outra solução à vista". O centro-direita, finalmente vitorioso na sua cruzada pela queda de Prodi, se apresenta razoavelmente coeso para enfrentar uma eventual eleição.

O fiel da balança será o Partido Democrático, o qual, no momento, representa a única real possibilidade de confronto com Berlusconi. Mas o mega-partido de centro-esquerda enfrenta oposição e descontentamento dos pequenos partidos de esquerda, incluídos aí os radicais e comunistas, que foram decisivos em 2006. Descontentamento que surgiu, appunto, a partir do momento que Veltroni, o líder do PD, iniciou conversas com Berlusconi sobre uma nova lei eleitoral centrada no bipartidarismo.

Resta saber como se resolverá esse imbroglio, mas eu sinto que vou votar por aqui em breve.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

San Gaudenzio

Hoje é feriado em Novara. Dia de San Gaudenzio, padroeiro da cidade. Não sei muito sobre ele, além do fato que era amigo do padroeiro de San Ambroggio, padroeiro de Milano. Mesmo a Wikipedia italiana é surpreendentemente escassa a respeito de San Gaudenzio. O que sei é que os novaresi fizeram uma bela cúpula na igreja que leva seu nome. Uma bela homenagem que virou o símbolo da cidade.

E amanhã, deve cair o governo Prodi. Não se fala de outra coisa nos jornais e noticiários da TV.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Cena a casa nostra

Sábado, retribuimos a hospitalidade e recebemos nossos amigos Tal, Alberto, Gianni e Mela para uma janta. O cardápio era excelente, fruto da criatividade da Daniela: melanzana, cipoline e verduras diversas acompanhada de pão e gorgonzola de antipasto, risoto ai funghi de primo e peixe ai broccoli, purê de batatas e peperonata de secondo. Nossa, quanta comida! Bem ao estilo italiano. A refeição, por aqui, é um verdadeiro ritual social, uma espécie de comunhão ao redor da mesa e dos alimentos. E o assunto preferido das conversas, claro, é comida!

A propósito, acho que Daniela e eu já progredimos bastante nas intrincadas regras da refeição italiana. Antes, mal sabíamos o que e quando servir. Nossa primeira experiência deve ter sido decepcionante para nossos convidados: acabamos servindo dois primos, misturando arroz e massa na mesma refeição e, para piorar, a salada veio fora da ordem natural com a qual eles estão acostumados. Agora, já dominamos o básico! Só falta aprender mais sobre os inúmeros tipos diferentes de queijos, pães e arroz, cada qual apropriado para um determinado prato.

Um grande saluto aos amigos! Foi muito divertido, especialmente pela presença da senhorita Mela correndo ao redor da mesa. Que possamos repetir muitas vezes esses agradabilíssimos encontros, mesmo depois que voltarmos ao Brasil.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

... e as notícias de hoje, ontem

Depois de escrever o post de ontem, fiquei me perguntando se, de alguma forma, não teriam razão os que reclamam de censura e falta de diálogo por parte dos contrários à participação do Papa na aula inaugural. Me dei conta, então, de que não há falta de diálogo, pois o Papa, se entendi bem a situação, não pretendia dialogar, mas sim discursar. Duvido que houvesse espaço para indagações por parte da platéia, ou mesmo algo parecido com um debate. Portanto, penso que "falta de diálogo" não é uma crítica muito adequada.

Além disso, menciona-se muito uma suposta vergonha pelo fato do Papa não poder falar em uma universidade italiana. Mas, que coisa, foi justo ele quem desistiu de participar, ninguém o proibiu! No máximo, os professores manifestaram seu descontentamento em uma carta aberta - o que não me parece muito ofensivo - e os estudantes ameaçaram protestar com cartazes e rock and roll. Pode ser que minha percepção esteja totalmente torta, mas acho que o Benedetto não aceita muito bem críticas e opiniões contrárias à sua.

Bom, continuando com as notícias de hoje, que não deixam de ser a continuação das de ontem... Outra bomba nos noticiários foi o pedido de demissão de Clemente Mastella, Ministro da Justiça de Prodi desde Maio de 2006. Líder de um pequeno partido de centro de inclinação democrática-cristã, a UDEUR, o ex-ministro, sua esposa e seus companheiros políticos têm sido alvo de diversas investigações de peculato e improbidade administrativa movidas pelo Ministério Público. Muito se falou sobre Mastella ter usado seu poder e influência como Ministro da Justiça para afastar procuradores e atrapalhar as investigações, o que gerou intensas críticas de boa parte da imprensa não-comprometida com Berlusconi (o qual, diga-se de passagem, também tem suas querelas com a justiça). Além disso, sua figura pública tem sido manchada por decisões políticas no mínimo duvidosas, como o apoio a uma lei de indulto que libertou 15 mil presos dos cárceres italianos, e suas opiniões favoráveis a uma eventual lei de anistia aos investigados e condenados no escândalo do futebol italiano de 2006. Se critica também a ligação de Mastella com políticos condenados por atividades mafiosas. Em suma, um currículo respeitável.

É realmente curioso como um político tão suspeito pudesse exercer um cargo como Ministro da Justiça. As críticas da mídia refletiam cada vez mais uma opinião pública descontente e desconfiada. Em Novembro passado, Mastella protagonizou um escandaloso chilique durante uma participação ao vivo no programa Anno Zero, da RAI2, acusando o apresentador de usar a televisão pública para atacá-lo. A situação foi se degradando ainda mais. Finalmente, ridicularizado abertamente pela mídia e atacado até mesmo por seus colegas de Ministério, como o Ministro da Infra-Estrutura Antonio Di Pietro, Mastella disse basta. E hoje Prodi aceitou seu afastamento. Agora, ele vai se defender das acusações como cidadão normal. Bem, não exatemente cidadão normal, pois Mastella ainda é prefeito de sua cidade, Ceppaloni. Mas pelo menos, não mais como um todo-poderoso Ministro da Justiça.