Eu sempre chego atrasado nos assuntos polêmicos. Mas, fazer o que, se assisti Tropa de Elite somente ontem? Afinal, estou na Itália. A pirataria aqui não é como no Brasil...
A história é simples, direta e bem filmada, com intensas cenas de ação de qualidade surpreendente em meio a favelas e cenários bem familiares da realidade brasileira. Os atores são empáticos e trabalham muito bem, especialmente Wagner Moura, intérprete do novo super-herói brasileiro, o Capitão Nascimento. Apesar da qualidade cinematográfica elevada, o filme de José Padilha (o mesmo do documentário Ônibus 174) ainda fica um degrau abaixo de Cidade de Deus.
Em poucas palavras, Tropa de Elite conta a história semi-ficcional da busca do infalível e incorruptível Capitão Nascimento por seu substituto no BOPE, o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Mas o enredo é um fator menor em Tropa de Elite. A história serve apenas como pano de fundo para mostrar o BOPE como último bastião da legalidade em um sistema corrupto e degradado que inclui não apenas os traficantes dos morros, claramente os vilões da história, mas também a própria polícia dita "convencional" e as classes média e média-alta "socialmente engajadas" da Zona Sul.
Na minha opinião, Tropa de Elite levanta duas questões importantes. A primeira diz respeito ao estado de guerra que a crise de violência no Rio de Janeiro atingiu. A história nos faz pensar que, de fato, a situação chegou a um tal nível de "guerra é guerra" em que já é aceitável abrir mão de certas garantias em termos de direitos humanos quando se tratando com o inimigo. A sociedade se viu admirando uma polícia que esbofeteia, tortura e mata criminosos. Depois do primeiro instante de desconforto e surpresa, os aplausos passaram a vir mais facilmente. Daí a termos Capitão Nascimento como solução para todos os problemas do Brasil, foi um passo. Essa sensação de que "bandido bom é bandido morto" estava, em grande parte, adormecida pelo politicamente correto dominante. Tropa de Elite a fez vir a tona, e as suas conseqüências podem ser muito, mas muito perigosas.
A segunda questão diz respeito justamente à identificação do inimigo. Por muito tempo, o cinema brasileiro viu com relativos bons olhos a criminalidade. O traficante gozava, via de regra, da proteção de uma explicação contextual sócio-econômica em que era mais vítima do que vilão, mais explorado do que explorador. Tropa de Elite inverteu isso de modo revolucionário. Os traficantes são, clara e indiscutivelmente, os Bandidos, com B maíusculo. Eles são cruéis, são maus, e seu extermínio não é, nem de perto, fonte de revolta. Essa simplicidade agrada. Afinal é guerra, somos nós contra eles e, nesses casos, a separação tem de ser nítida e límpida. Além disso, os consumidores, mesmo os playboizinhos maconheiros das faculdades, não são mais viciados doentes ou , mas cúmplices dos traficantes, claramente identificados como o inimigo. Consumidor de drogas, na visão que o filme passa, é quem financia o tráfico, é quem colabora com o inimigo. Logo, é inimigo também. Nítido e límpido. Quem dera a realidade fosse assim, nítida e límpida.
Insomma, Tropa de Elite é uma chamada às armas para a sociedade brasileira, particularmente a carioca, cercada pelo conflito entre o poder legal, representado pela polícia, e o poder paralelo, representado pelo tráfico. Uma chamada às armas que encontrou respaldo e ressoou esperanças e sentimentos profundamente incrustadas na consciência coletiva da sociedade. A idéia é: violência se responde com violência, de preferência violência eficiente, do nível que só o BOPE consegue. Se isso vai ajudar a resolver o problema ou se vai apenas agravá-lo, apenas o tempo dirá. Pessoalmente, acho difícil, mas o fato de que as questões que o filme levantou ganharam as manchetes nacionais é um fato a se considerar.
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sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
La Môme

Sem saber do fato, Daniela e eu assistimos ao filme La Môme, recente cinebiografia sobre a famosa cantora francesa, intérprete de canções como La Vie en Rose e Hymne à l'amour. A história é tão dramática e intensa que nos faz duvidar que não se trate de ficção.
Depois de uma vida de amores e tragédias, sucessos e desastres, conquistas e doenças, a mensagem de um de seus maiores - e últimos - sucessos, Non, je ne regrette rien, é emocionante:
Non, rien de rien
Non, je ne regrette rien
Ni le bien qu'on m'a fait, ni le mal
Tout ça m'est bien égal
Elogios especiais para a intérprete de Piaf no filme, uma atriz de nome Marion Cotillard. Simplesmente excepcional. Ela reviveu La Môme com uma fidelidade surpreendente. Menos, claro, na voz, porque seria impossível; o filme usa gravações originais.
terça-feira, 25 de setembro de 2007
Clash of the Titans e os filmes do início dos anos 80
Esses dias, Daniela escreveu sobre Perseu no Baile no Céu. Inspirados pelo mito, resolvemos assistir a Clash of the Titans (em português, Duelo de Titãs), um filme de 1981 que conta justamente uma das versões da história do herói mitológico que matou a Medusa.
Tirando algumas coisas inexplicáveis, como o fato do monstro que ameaça Andrômeda ser um Kraken que parece ter saído de um episódio de Spectroman (!!!) ou a corujinha mecânica que Atena envia para ajudar o herói (me pareceu que os produtores quiseram empurrar um comic relief inspirado no R2D2), o filme é razoável. Definitivamente, não são atuações dignas de Oscar, alguns efeitos especiais são toscos mesmo para os padrões de 1981 e determinadas cenas se arrastam a ponto de dar sono, mas... é divertido, de certa forma.
O mais curioso é que eu lembrava, vagamente, de ter visto esse filme em algum momento da década de 80, possivelmente por volta de 1986, 1987, em alguma Sessão da Tarde durante o Verão. E, de acordo com minha lembrança, o filme era muito melhor do que esse que eu vi recentemente. Esse fenômeno, penso, é comum: tudo o que é relacionado com a infância parece ser mais especial em nossa memória do que quando olhamos com os olhos mais críticos de adultos.
Ver esse filme também me fez perceber o quanto algumas obras cinematográficas do início da década de 80 me marcaram. Acho que foi porque foram os primeiros filmes que assisti tendo capacidade cognitiva para entender o que estava acontecendo. Filmes como Krull (1983), Gremlins (1984), Ghost Busters (1984) e, mais tarde, Ladyhawke (1985), The Goonies (1985) e Enemy Mine (1985), entre outros tantos, ainda hoje me trazem recordações carinhosas de um tempo em que eu não era tão crítico (ou chato, como queiram), e que os filmes me divertiam mais facilmente. Alguns continuam bons, resistem à prova do tempo. Outros, é melhor nem assistir de novo.
Tirando algumas coisas inexplicáveis, como o fato do monstro que ameaça Andrômeda ser um Kraken que parece ter saído de um episódio de Spectroman (!!!) ou a corujinha mecânica que Atena envia para ajudar o herói (me pareceu que os produtores quiseram empurrar um comic relief inspirado no R2D2), o filme é razoável. Definitivamente, não são atuações dignas de Oscar, alguns efeitos especiais são toscos mesmo para os padrões de 1981 e determinadas cenas se arrastam a ponto de dar sono, mas... é divertido, de certa forma.
O mais curioso é que eu lembrava, vagamente, de ter visto esse filme em algum momento da década de 80, possivelmente por volta de 1986, 1987, em alguma Sessão da Tarde durante o Verão. E, de acordo com minha lembrança, o filme era muito melhor do que esse que eu vi recentemente. Esse fenômeno, penso, é comum: tudo o que é relacionado com a infância parece ser mais especial em nossa memória do que quando olhamos com os olhos mais críticos de adultos.
Ver esse filme também me fez perceber o quanto algumas obras cinematográficas do início da década de 80 me marcaram. Acho que foi porque foram os primeiros filmes que assisti tendo capacidade cognitiva para entender o que estava acontecendo. Filmes como Krull (1983), Gremlins (1984), Ghost Busters (1984) e, mais tarde, Ladyhawke (1985), The Goonies (1985) e Enemy Mine (1985), entre outros tantos, ainda hoje me trazem recordações carinhosas de um tempo em que eu não era tão crítico (ou chato, como queiram), e que os filmes me divertiam mais facilmente. Alguns continuam bons, resistem à prova do tempo. Outros, é melhor nem assistir de novo.
terça-feira, 4 de setembro de 2007
Veneza no centro do mundo do cinema
A frase é clichê, mas não é por ser clichê que deixa de ser verdadeira: a Itália respira cinema. Isso por causa da Mostra Internazionale d'Arte Cinematografica, mais conhecido em portugês como Festival de Cinema de Veneza. O Festival tem história, tendo sido realizada pela primeira vez na Sereníssima em 1932. De fato, trata-se do mais antigo festival de cinema do mundo, o que por si só já deve garantir uma certa importância aos prêmios concedidos. O vencedor do principal deles, o Leone d'Oro, deve ser anunciado sábado próximo, dia 8 de Setembro.
Mas há muito mais na mostra do que os prêmios. O festival é assunto obrigatório em todos os telejornais, seja com reportagens de fofoca sobre os grandes astros que desfilam nos canais da Sereníssima, seja com análises interessantes e bem embasadas sobre os filmes que desfilam nas telas. A lista de atores e diretores globais em Veneza é extensa: Michael Cane e Jude Law divulgando o remake de Sleuth (1972), a piratesca Keira Knightley, Angelina Jolie e Brad Pitt com os filhos, Richard Gere, Woody Allen, George Clooney (quase em casa na Itália e, ainda por cima, polêmico como os italianos!), Bill Murray e Brian DePalma são apenas alguns dos nomes que vi nas manchetes recentemente. Dos filmes, nenhum me chamou muito a atenção. O mais esperado, na minha opinião, é uma nova versão de Blade Runner, de Ridley Scott, 25 anos após o primeiro lançamento. O título é pomposo e, talvez, indique o caráter definitivo dessa que é a quinta versão da obra: Blade Runner: The Final Cut.
Daniela e eu, da nossa parte, entramos na onda cinematográfica. Nos últimos dias, assistimos a vários filmes que estavam na nossa lista há tempos. Os melhores, sem dúvida, Blood Diamond, com um DiCaprio definitivamente mais intenso do que o habitual, e Notes On a Scandal, filme pelo qual Judi Dench e Cate Blanchett foram merecidamente indicadas ao Oscar deste ano.
Entre os razoáveis, a animação Open Season, o surpreendente The Da Vinci Code (apesar da constante enxurrada de informações e explicações sobre teorias conspiratórias a que somos submetidos ao assistir o filme, foi melhor do que eu esperava) e o quase-obscuro Amazing Grace, tocante filme biográfico sobre o político anti-escravista britânico William Wilberforce (interpretado por Ioan Gruffudd, mais conhecido pelo papel de Reed Richards em Quarteto Fantástico). O prêmio Viagem Inexplicável aos Confins do Inescrutável, sem dúvida, foi para Klimt. Pretensioso e confuso, pra dizer o mínimo. Não sei porque John Malkovich se presta a esse tipo de coisa.
Mas há muito mais na mostra do que os prêmios. O festival é assunto obrigatório em todos os telejornais, seja com reportagens de fofoca sobre os grandes astros que desfilam nos canais da Sereníssima, seja com análises interessantes e bem embasadas sobre os filmes que desfilam nas telas. A lista de atores e diretores globais em Veneza é extensa: Michael Cane e Jude Law divulgando o remake de Sleuth (1972), a piratesca Keira Knightley, Angelina Jolie e Brad Pitt com os filhos, Richard Gere, Woody Allen, George Clooney (quase em casa na Itália e, ainda por cima, polêmico como os italianos!), Bill Murray e Brian DePalma são apenas alguns dos nomes que vi nas manchetes recentemente. Dos filmes, nenhum me chamou muito a atenção. O mais esperado, na minha opinião, é uma nova versão de Blade Runner, de Ridley Scott, 25 anos após o primeiro lançamento. O título é pomposo e, talvez, indique o caráter definitivo dessa que é a quinta versão da obra: Blade Runner: The Final Cut.
Daniela e eu, da nossa parte, entramos na onda cinematográfica. Nos últimos dias, assistimos a vários filmes que estavam na nossa lista há tempos. Os melhores, sem dúvida, Blood Diamond, com um DiCaprio definitivamente mais intenso do que o habitual, e Notes On a Scandal, filme pelo qual Judi Dench e Cate Blanchett foram merecidamente indicadas ao Oscar deste ano.
Entre os razoáveis, a animação Open Season, o surpreendente The Da Vinci Code (apesar da constante enxurrada de informações e explicações sobre teorias conspiratórias a que somos submetidos ao assistir o filme, foi melhor do que eu esperava) e o quase-obscuro Amazing Grace, tocante filme biográfico sobre o político anti-escravista britânico William Wilberforce (interpretado por Ioan Gruffudd, mais conhecido pelo papel de Reed Richards em Quarteto Fantástico). O prêmio Viagem Inexplicável aos Confins do Inescrutável, sem dúvida, foi para Klimt. Pretensioso e confuso, pra dizer o mínimo. Não sei porque John Malkovich se presta a esse tipo de coisa.
domingo, 12 de agosto de 2007
O Futuro Antiutopista de Philip K. Dick: A Scanner Darkly
Ontem, Daniela e eu assistimos ao filme A Scanner Darkly (em português, O Homem Duplo). Adaptação (fiel) de um romance semi-autobiográfico de Philip K. Dick (o autor por trás da inspiração para Blade Runner e Minority Report), o filme de 2006 foi dirigido por Richard Linklater e traz no elenco nomes conhecidos como Keanu Reeves, Winona Ryder, Woody Harrelson, Robert Downey Jr. e Rory Cochrane.
A história se passa em um futuro próximo, nos EUA, onde uma nova droga altamente viciante toma conta das ruas: a Substância D. Agentes policiais a paisana investigam o submundo dos narcóticos e, eventualmente, acabam por se misturar a eles. O personagem principal, Bob Arctor, é um desses policiais. Ele faz parte de um núcleo de consumidores de Substância D e tem como missão identificar seus fornecedores. Ao mesmo tempo, deve lidar com a dependência de Substância D, dificuldades amorosas e o trabalho no Departamento de Polícia, onde os policiais infiltrados utilizam vestes especiais para ocultar suas identidades até mesmo dos colegas.
Evidentemente, o que move o enredo é a paranóia. No caso, a paranóia típica de um policial infiltrado vivendo uma segunda vida é catalizada pela paranóia induzida pelas drogas. O resultado é uma sensação de questionamento da realidade, refletida no estilo de imagens único obtido com a aplicação de uma técnica de animação conhecida como rotoscopia interpolada. As animações trazem vida às ilusões e alucinações dos personagens, focalizando o fato de que nada é como parece e nem tudo deve ser considerado real. Enquanto vigia a si mesmo e seus companheiros de drogas, aumenta o desorientamento de Bob, que começa a questionar também sua identidade. Os conflitos internos do personagem são centrais na obra, conforme ilustrado nas visitas que faz aos médicos do Departamento de Polícia que monitoram os efeitos deletérios da dependência de drogas.
Como mencionei antes, o romance de Philip Dick em que Linklater se baseou para escrever o roteiro é semi-autobiográfico. As referências a problemas sociais que ganhavam importância nos anos 60, como consumo de drogas e intrusão do governo na privacidade dos cidadãos, se misturam a problemas pessoais de Dick, que vivia em uma espécie de comunidade com adolescentes usuários de drogas, foi viciado em anfetaminas e tinha sérias dificuldades em seus relacionamentos amorosos. O resultado é um filme interessante e curioso, com excelentes atuações e um tom noir melodramático que reflete muito bem as temáticas de decadência, desorientação, paranóia extrema e, até mesmo, escapismo.
A história se passa em um futuro próximo, nos EUA, onde uma nova droga altamente viciante toma conta das ruas: a Substância D. Agentes policiais a paisana investigam o submundo dos narcóticos e, eventualmente, acabam por se misturar a eles. O personagem principal, Bob Arctor, é um desses policiais. Ele faz parte de um núcleo de consumidores de Substância D e tem como missão identificar seus fornecedores. Ao mesmo tempo, deve lidar com a dependência de Substância D, dificuldades amorosas e o trabalho no Departamento de Polícia, onde os policiais infiltrados utilizam vestes especiais para ocultar suas identidades até mesmo dos colegas.
Evidentemente, o que move o enredo é a paranóia. No caso, a paranóia típica de um policial infiltrado vivendo uma segunda vida é catalizada pela paranóia induzida pelas drogas. O resultado é uma sensação de questionamento da realidade, refletida no estilo de imagens único obtido com a aplicação de uma técnica de animação conhecida como rotoscopia interpolada. As animações trazem vida às ilusões e alucinações dos personagens, focalizando o fato de que nada é como parece e nem tudo deve ser considerado real. Enquanto vigia a si mesmo e seus companheiros de drogas, aumenta o desorientamento de Bob, que começa a questionar também sua identidade. Os conflitos internos do personagem são centrais na obra, conforme ilustrado nas visitas que faz aos médicos do Departamento de Polícia que monitoram os efeitos deletérios da dependência de drogas.
Como mencionei antes, o romance de Philip Dick em que Linklater se baseou para escrever o roteiro é semi-autobiográfico. As referências a problemas sociais que ganhavam importância nos anos 60, como consumo de drogas e intrusão do governo na privacidade dos cidadãos, se misturam a problemas pessoais de Dick, que vivia em uma espécie de comunidade com adolescentes usuários de drogas, foi viciado em anfetaminas e tinha sérias dificuldades em seus relacionamentos amorosos. O resultado é um filme interessante e curioso, com excelentes atuações e um tom noir melodramático que reflete muito bem as temáticas de decadência, desorientação, paranóia extrema e, até mesmo, escapismo.
segunda-feira, 6 de agosto de 2007
Legislação Energética nos EUA
Já é de algum tempo que tenho acompanhado as notícias sobre energia renovável. Até já postei sobre isso. Meu interesse aumentou ainda mais após assistir An Inconvenient Truth, oscarizado documentário sobre mudanças climáticas (e, incidentalmente, Al Gore). Não vou entrar no mérito da qualidade do documentário, ou mesmo sobre as previsões quase catastróficas do mesmo. Especificamente sobre isso há, até onde sei, uma série de opiniões contrárias à tese de que o homem é o maior responsável pelo aquecimento global. De qualquer forma, se for para errar, prefiro errar para o lado mais seguro. Por isso, com base no recente relatório do 4º IPCC que indica 90% de chance de que a principal causa do aquecimento é a atividade humana, acho que é uma boa coisa emitir menos CO2.
Aparentemente, os legisladores norte-americanos estão pensando como eu. De acordo com reportagem do The New York Times, no último sábado (4), foi aprovada pela Câmera uma lei exigindo que 15% da eletricidade produzida venha de fontes renováveis de energia, ao mesmo tempo em que aloca fundos para pesquisa voltada para eficiência energética de equipamentos e edificações e novos métodos de captura de carbono. Finalmente, os legisladores dos EUA também negaram cerca de US$ 16 bilhões em incentivos fiscais para a indústria do petróleo. Porém, a lei não faz menção a cortes de emissões de CO2 ou mesmo estabelecimento de padrões mínimos de eficiência energética de automóveis. Estes aspectos já haviam sido abordados por legislação similar aprovada em Junho passado no Senado. Nos próximos meses se reunirá um comitê bicameral que, espera-se, alinhe a legislação energética.
Na opinião da Casa Branca, a recente lei aprovada pela Câmera não atinge os objetivos nacionais de diminuir as importações de petróleo, fortalecer a segurança nacional, diminuir o custo da energia e afrontar a questão do aquecimento global. Segundo a reportagem do The New York Times, embora quase 30 deputados republicanos tenham apoiado o projeto, já foi anunciado que o presidente Bush vetará a lei.
Aparentemente, os legisladores norte-americanos estão pensando como eu. De acordo com reportagem do The New York Times, no último sábado (4), foi aprovada pela Câmera uma lei exigindo que 15% da eletricidade produzida venha de fontes renováveis de energia, ao mesmo tempo em que aloca fundos para pesquisa voltada para eficiência energética de equipamentos e edificações e novos métodos de captura de carbono. Finalmente, os legisladores dos EUA também negaram cerca de US$ 16 bilhões em incentivos fiscais para a indústria do petróleo. Porém, a lei não faz menção a cortes de emissões de CO2 ou mesmo estabelecimento de padrões mínimos de eficiência energética de automóveis. Estes aspectos já haviam sido abordados por legislação similar aprovada em Junho passado no Senado. Nos próximos meses se reunirá um comitê bicameral que, espera-se, alinhe a legislação energética.
Na opinião da Casa Branca, a recente lei aprovada pela Câmera não atinge os objetivos nacionais de diminuir as importações de petróleo, fortalecer a segurança nacional, diminuir o custo da energia e afrontar a questão do aquecimento global. Segundo a reportagem do The New York Times, embora quase 30 deputados republicanos tenham apoiado o projeto, já foi anunciado que o presidente Bush vetará a lei.
terça-feira, 17 de julho de 2007
Wireless ... sim!
Finalmente temos Internet wireless em casa. Foi um parto de cinco dias. No fim das contas, trocamos o conjunto modem da Tiscali mais access point por um modem com wireless integrado. Ainda por cima saimos da loja do Seu Domenico com várias dicas de praias a visitar e vinhos a tomar! É bom fazer amizades.
No meio tempo, assistimos ao novo filme do Quarteto Fantástico. Divertido, daquela diversão do tipo "bote os neurônios de molho por duas horas e não faça perguntas". Tanto que não tenho muito o que falar sobre o filme... Continuo achando o Dr. Doom um dos mais legais personagens da Marvel, mas não pelo que mostrou nos filmes. E, sei lá, Jessica Alba não me convence atuando.
No meio tempo, assistimos ao novo filme do Quarteto Fantástico. Divertido, daquela diversão do tipo "bote os neurônios de molho por duas horas e não faça perguntas". Tanto que não tenho muito o que falar sobre o filme... Continuo achando o Dr. Doom um dos mais legais personagens da Marvel, mas não pelo que mostrou nos filmes. E, sei lá, Jessica Alba não me convence atuando.
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quarta-feira, 23 de maio de 2007
Casino Royale: um James Bond humano
Segunda à noite, Daniela e eu assistimos Casino Royale, o mais recente filme do agente 007. Nunca fui muito fã de James Bond, mas desde que o filme estreiou, no início do ano, fiquei com vontade de assistí-lo. Os trailers na TV eram interessantes, mas o que mais me chamou a atenção foi uma resenha intrigante do Corriere della Sera. Em linhas gerais, a resenha pintava Casino Royale como um filme de James Bond diferente. Era bem o que eu queria.
O enredo é bom. (A partir daqui, prossiga com cuidado: pode haver spoilers!) James Bond, em sua primeira missão como 007 (ele ganha o duplo 0 nas primeiras cenas), descobre a pista de um banqueiro internacional de terroristas que ganha dinheiro apostando contra as ações de empresas prejudicadas por atentados. Um dos pontos altos da ação envolve um emocionante jogo de pôquer Texas hold'em no tal Casino Royale, mas há toda uma série de desenvolvimentos que ligam bem cada etapa do andamento da história, com ação, interação social, investigação e até mesmo uma razoável dose de bom humor.
Mas o melhor, a meu ver, é a "humanização" de James Bond. O filme apresenta um 007 falível, que toma decisões erradas, se engana e às vezes deixa seu ego inflado atrapalhar. Além disso, Bond apanha bastante, sangra e se apaixona. Nada de um agente perfeito e inatingível, cujas histórias cada vez mais apelavam para profusão de efeitos especiais, gadgets tecnológicos, escapadas milagrosas e cenários espetaculares. Mesmo a bondgirl não é mais apenas uma coadjuvante: Eva Green, deslumbrante no papel de Vesper Lynd, representa com qualidade uma personagem central à trama. O próprio ator escolhido para o papel do famoso agente secreto deixou transparecer essa "humanização" de Bond: Daniel Craig não se encaixa, segundo muitos fãs, na visão idealizada do 007. Talvez até seja verdade, mas eu acho que foi bom para marcar a quebra com uma tradição enferrujada. Craig respondeu às críticas com uma interpretação impecável.
É claro que o filme não escapa de todas as tradições. Ainda há perseguições de tirar o fôlego (embora não com carros, tanques de guerra, helicópteros ou seja lá o que tenham colocado nos últimos filmes) e cenários deslumbrantes (Veneza e o lago de Como, em especial; é muito legal reconhecer em filmes lugares em que estive há bem pouco tempo!). Afinal, o legado de James Bond é enorme. Assim, mesmo os fãs antigos devem ter gostado, principalmente de curiosidades como a oportunidade em que Bond ganha seu clássico Aston Martin 1964!
O resultado: Casino Royale é, segundo a Wikipedia, o mais lucrativo dos 21 já lançados da série 007.
O enredo é bom. (A partir daqui, prossiga com cuidado: pode haver spoilers!) James Bond, em sua primeira missão como 007 (ele ganha o duplo 0 nas primeiras cenas), descobre a pista de um banqueiro internacional de terroristas que ganha dinheiro apostando contra as ações de empresas prejudicadas por atentados. Um dos pontos altos da ação envolve um emocionante jogo de pôquer Texas hold'em no tal Casino Royale, mas há toda uma série de desenvolvimentos que ligam bem cada etapa do andamento da história, com ação, interação social, investigação e até mesmo uma razoável dose de bom humor.
Mas o melhor, a meu ver, é a "humanização" de James Bond. O filme apresenta um 007 falível, que toma decisões erradas, se engana e às vezes deixa seu ego inflado atrapalhar. Além disso, Bond apanha bastante, sangra e se apaixona. Nada de um agente perfeito e inatingível, cujas histórias cada vez mais apelavam para profusão de efeitos especiais, gadgets tecnológicos, escapadas milagrosas e cenários espetaculares. Mesmo a bondgirl não é mais apenas uma coadjuvante: Eva Green, deslumbrante no papel de Vesper Lynd, representa com qualidade uma personagem central à trama. O próprio ator escolhido para o papel do famoso agente secreto deixou transparecer essa "humanização" de Bond: Daniel Craig não se encaixa, segundo muitos fãs, na visão idealizada do 007. Talvez até seja verdade, mas eu acho que foi bom para marcar a quebra com uma tradição enferrujada. Craig respondeu às críticas com uma interpretação impecável.
É claro que o filme não escapa de todas as tradições. Ainda há perseguições de tirar o fôlego (embora não com carros, tanques de guerra, helicópteros ou seja lá o que tenham colocado nos últimos filmes) e cenários deslumbrantes (Veneza e o lago de Como, em especial; é muito legal reconhecer em filmes lugares em que estive há bem pouco tempo!). Afinal, o legado de James Bond é enorme. Assim, mesmo os fãs antigos devem ter gostado, principalmente de curiosidades como a oportunidade em que Bond ganha seu clássico Aston Martin 1964!
O resultado: Casino Royale é, segundo a Wikipedia, o mais lucrativo dos 21 já lançados da série 007.
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