terça-feira, 4 de setembro de 2007

Veneza no centro do mundo do cinema

A frase é clichê, mas não é por ser clichê que deixa de ser verdadeira: a Itália respira cinema. Isso por causa da Mostra Internazionale d'Arte Cinematografica, mais conhecido em portugês como Festival de Cinema de Veneza. O Festival tem história, tendo sido realizada pela primeira vez na Sereníssima em 1932. De fato, trata-se do mais antigo festival de cinema do mundo, o que por si só já deve garantir uma certa importância aos prêmios concedidos. O vencedor do principal deles, o Leone d'Oro, deve ser anunciado sábado próximo, dia 8 de Setembro.

Mas há muito mais na mostra do que os prêmios. O festival é assunto obrigatório em todos os telejornais, seja com reportagens de fofoca sobre os grandes astros que desfilam nos canais da Sereníssima, seja com análises interessantes e bem embasadas sobre os filmes que desfilam nas telas. A lista de atores e diretores globais em Veneza é extensa: Michael Cane e Jude Law divulgando o remake de Sleuth (1972), a piratesca Keira Knightley, Angelina Jolie e Brad Pitt com os filhos, Richard Gere, Woody Allen, George Clooney (quase em casa na Itália e, ainda por cima, polêmico como os italianos!), Bill Murray e Brian DePalma são apenas alguns dos nomes que vi nas manchetes recentemente. Dos filmes, nenhum me chamou muito a atenção. O mais esperado, na minha opinião, é uma nova versão de Blade Runner, de Ridley Scott, 25 anos após o primeiro lançamento. O título é pomposo e, talvez, indique o caráter definitivo dessa que é a quinta versão da obra: Blade Runner: The Final Cut.

Daniela e eu, da nossa parte, entramos na onda cinematográfica. Nos últimos dias, assistimos a vários filmes que estavam na nossa lista há tempos. Os melhores, sem dúvida, Blood Diamond, com um DiCaprio definitivamente mais intenso do que o habitual, e Notes On a Scandal, filme pelo qual Judi Dench e Cate Blanchett foram merecidamente indicadas ao Oscar deste ano.

Entre os razoáveis, a animação Open Season, o surpreendente The Da Vinci Code (apesar da constante enxurrada de informações e explicações sobre teorias conspiratórias a que somos submetidos ao assistir o filme, foi melhor do que eu esperava) e o quase-obscuro Amazing Grace, tocante filme biográfico sobre o político anti-escravista britânico William Wilberforce (interpretado por Ioan Gruffudd, mais conhecido pelo papel de Reed Richards em Quarteto Fantástico). O prêmio Viagem Inexplicável aos Confins do Inescrutável, sem dúvida, foi para Klimt. Pretensioso e confuso, pra dizer o mínimo. Não sei porque John Malkovich se presta a esse tipo de coisa.

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